Governador do DF, Ibaneis Rocha, demitiu o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, que está em viagem aos Estados Unidos. Terroristas invadiram e depredaram o Congresso, o Supremo e o Planalto
Hordas bolsonaristas fizeram, neste domingo (8), grave ataque às instituições da democracia e do Estado de Direto.
Sob a conivência indisfarçável do ex-secretário de Segurança Pública do DF, o bolsonarista Anderson Torres, golpistas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.
Pelas ações e os alvos, os ataques foram previamente preparados. Não se trata de coincidência. Já que as sedes dos poderes, em Brasília, foram invadidas, pilhadas e depredadas. Num claro ato de terror contra a democracia brasileira
Há cerca de duas semanas, esses movimentos foram interceptados. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, reuniu-se com o governador do DF e acertou os procedimentos para conter essa situação. Todavia, pelos acontecimentos deste domingo, Ibaneis Rocha nada fez para efetivamente evitar os trágicos episódios antidemocráticos.
O ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, demitido neste domingo pelo governador Ibaneis Rocha, que foi ministro da Justiça de Bolsonaro, viajou para Miami, nos Estados Unidos, onde se encontrou com Bolsonaro. Torres se omitiu gravemente de enfrentar os ataques das hordas bolsonaristas.
Foi assim, dia 12 de dezembro, quando terroristas bolsonaristas atacaram, vandalizaram e aterrorizaram no centro da capital federal.
INVASÃO E DEPREDAÇÃO
Os bolsonaristas furaram o frágil bloqueio armado na Esplanada dos Ministérios e invadiram o Congresso Nacional, em Brasília, na tarde deste domingo (8).
As hordas conseguiram invadir o plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) e o Palácio do Planalto. Há registros de depredação nas sedes dos três poderes pelos bolsonaristas terroristas e criminosos.
O STF informou que a equipe de segurança do Supremo e da tropa de choque conseguiu retomar o prédio. Há registros de pessoas detidas na garagem.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou em texto no Twitter que conversou, por telefone, com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, com quem está em contato permanente.
“O governador me informou que está concentrando os esforços de todo o aparato policial no sentido de controlar a situação. Na ação, estão empenhadas as forças de segurança do Distrito Federal, além da Polícia Legislativa do Congresso. Repudio veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência”, escreveu Pacheco.
O vice-presidente da Câmara, Luciano Bivar (União-PE) também considerou essa invasão como “um desrespeito ao Congresso Nacional e ao Poder Legislativo”.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, monitora situação e ligou para Ibaneis para cobrar reforço de segurança. Em publicação no Twitter, Dino afirmou que haverá reforços.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava em Araraquara, interior de São Paulo, em viagem por ocasião das chuvas que afetam a cidade paulista. O governador do DF afirmou que o Exército deveria ter desmobilizado os acampamentos bolsonaristas em frente aos quarteis.
“O Exército deveria ter acabado com acampamento, e não o fez”, afirmou o governador, enquanto radicais invadiam o plenário do STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou pelo Twitter, que “o governo do DF foi irresponsável frente à invasão de Brasília e do Congresso Nacional”.
“É um crime anunciado contra a democracia, contra a vontade das urnas e por outros interesses. Governador e seu secretário de Segurança, bolsonarista, são responsáveis pelo que acontecer”, escreveu a presidente do PT.
RESPONSABILIDADE
O deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, afirmou que o governo do DF precisa ser responsabilizado.
“Perder a eleição faz parte da democracia, assim como ganhar a eleição. Esses atos ferem frontalmente a democracia e a Constituição Brasileira precisa ser respeitada e estabelecida”, disse Guimarães.
FORÇA NACIONAL
O ministro da Justiça, Flávio Dino, autorizou, no sábado (7), o emprego da Força Nacional na Esplanada dos Ministérios até a próxima segunda-feira (9).
A portaria foi publicada hoje para “proteção da ordem pública e patrimônio público e privado” da Rodoviária de Brasília até a Praça dos Três Poderes.
No sábado, o governo do Distrito Federal também “fechou” o acesso à Esplanada dos Ministérios e escalou viaturas da Polícia Militar para a região do Setor Militar Urbano. O fechamento, como se viu, foi frágil e não considerou os sinais que os golpistas visavam transferir o “QG do golpe” para a Esplanada dos Ministérios.
M. V.