“Foram 1.500 bombas lançadas desde Ghouta Leste, sobre Damasco nas sete últimas semanas”, denunciou o Ministério do Exterior da Síria em carta ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, no dia 16. Segundo a carta, “centenas de pessoas morreram ou ficaram feridas, a maior parte mulheres e crianças” e “está havendo uma grave escalada, pois no momento em que escrevemos esta carta, em poucas horas, foram atiradas mais de 45 ogivas. Uma continuação dos crimes cometidos diariamente pelos terroristas contra os cidadãos de Damasco”.
O Ministério de Defesa da Federação Russa, também emitiu memorando, através do porta-voz, major-general Yuri Yevtushenko, esclarecendo que “foram feitas diversas tentativas para a garantia de um cessar-fogo em Ghouta Leste”. Acrescenta que “estas tentativas falharam por que elementos ilegais armados, que controlam a área recusaram-se a depor armas”.
“Os apelos do centro de reconciliação russo [instalado na Síria em comum acordo com o governo do país] para que estes grupos armados ilegais [trata-se do bando Jabhat Al Nusra, que se notabilizou pelo inferno criado em Alepo e que, depois disso, trocou de nome para Hayat Tahrir Al Sham] deponham armas e regularizem a sua situação, não obtiveram resultados positivos”.
As Forças Armadas da Síria, com apoio de aliados russos, resolveram responder militarmente às provocações com bombardeio de civis em Damasco e também porque “a situação em Ghouta está se tornando crítica”.
O ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov, denunciou que os terroristas mantém centenas de milhares de cidadãos sírios presos na área conflitada “usando-os como escudos humanos”. Declarou ainda que os apelos para a retirada humanitária dos moradores de Ghouta não estão sendo atendidos e que agora a mídia e “governantes ocidentais estão exagerando as perdas humanas em Ghouta”.
Ele acrescentou que “ao fazerem isso, estes governantes [referindo-se principalmente às declarações inglesas e americanas] estimulam os terroristas em sua agressão”.
E pediu aos que têm influência sobre a organização paramilitar Al Nusra “que contenham seus militantes, pois caso contrário serão exterminados”.
De fato, os números divulgados que mídia imperial, ou a que atua como sua correia de transmissão ,vêm citando, usando como fonte para dizer que, em Ghouta, já morreram mais de 200 civis, é a denominada Coordenação dos Comitês Locais que, já em 2012 lamentava o “baixo financiamento” recebido pela CIA, uma vez que, desde então, seu “objetivo central” era “a derrubada do governo de Bashar Al Assad”. Pelo visto, uma fonte extremamente imparcial, cujos dados, por ela fornecidos, podem ser exaustivamente repetidos por todo lado sem nenhuma necessidade de confirmação.
Assim como aconteceu em Hama, Homs, Alepo, toda vez que o governo sírio avança sobre os bandos armados e apoiados pelos EUA e sua mal denominada “coalizão”, cujo único intento declarado era derrubar o governo e dividir o país, surgem “denúncias” costuradas de última hora. ‘Denúncias’, aliás, como estas, formuladas depois de provocações terroristas sobre civis em Damasco, e depois do sucesso das Conferências de reconciliação entre sírios, em Astana e do Congresso pelo Diálogo Nacional Sírio, na cidade russa de Sochi, só mostram a derrota imperial em seus malfadados e desumanos intentos.
NATHANIEL BRAIA