Antes de iniciar uma viagem oficial a vários países da América Latina, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, declarou na quinta-feira, que Washington “continuará pondo pressão” sobre a Venezuela e disse que os militares desse país poderiam se converter em “agentes de mudança”, ou seja, de um golpe militar, o que, segundo ele faria com que o país, “retornasse à Constituição”. As declarações foram condenadas e qualificadas de agressão pelo Estado venezuelano e a Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb).
“Não defendemos uma mudança de regime ou a retirada do governo do presidente Nicolás Maduro. Defendemos que eles retornem à Constituição. Na história da Venezuela, como na história de outros países da América Latina, muitas vezes são os militares que lidam com isso”, disse Tillerson, voltando a incentivar o golpismo, em um evento na Universidade do Texas.
Os governos da região, apesar de vários não serem exemplares defensores da soberania e autodeterminação, não compraram a sugestão e rechaçaram a ideia, defendendo uma solução dentro da democracia e da solução gestada pelos venezuelanos para restabelecer a ordem na Venezuela.
“A crescente presença russa na região também causa preocupação, ela continua vendendo armas e equipamentos militares aos regimes inamistosos, que não respeitam valores democráticos como nós. A nossa região deve resistir às forças distantes, que possuem outros valores”, declarou ainda Tillerson na Universidade do Texas em Austin.
O secretário de Estado iniciou sua viagem indo para o México, na sexta, onde o secretário de Relações Exteriores, Luis Videgaray, disse que não respaldará nenhuma opção que incite o uso da violência interna ou externa para solucionar a crise da Venezuela.
No domingo, dia 4, o ingerencista esteve na Argentina, e visita ainda Colômbia, Jamaica e Peru.