Tiroteio na Universidade Brown deixa dois mortos e oito feridos

Carros de polícia lotaram o pátio da universidade atacada (AFP)

As autoridades de Providence, no estado de Rhode Island, anunciaram na manhã deste domingo (14) a prisão de um suspeito do ataque a tiros no campus da Universidade Brown, que matou dois estudantes e feriu gravemente mais oito. Segundo o chefe de polícia local, Oscar Perez, o suspeito tem cerca de 30 anos.

“Os moradores de Providence podem respirar um pouco mais aliviados nesta manhã”, disse o prefeito Brett Smiley em coletiva de imprensa, destacando que a ordem para que as pessoas permanecessem em casa foi suspensa na cidade.

Foi o 389º tiroteio em massa dos EUA este ano e o 230º incidente com armas em terrenos escolares. O ataque ocorreu no prédio da Engenharia e Física. Os estudantes estavam ali para prestar exame final de semestre. No sábado, o prefeito havia dito que nenhuma arma fora apreendida e que sequer se sabia que tipo de arma foi usada. Os feridos foram levados para hospitais. Não se sabe ainda a identidade dos dois mortos.

Uma afiliada da CNN mostrou imagens das janelas de uma sala de aula em um prédio do campus mostram alunos se abrigando juntos, alguns fazendo ligações, e veículos de emergência, bombeiros e polícia do lado de fora. O prédio é um complexo de sete andares que abriga a escola de engenharia e o departamento de física e fica na parte leste do campus.

O alerta sobre “atirador em atividade”, emitido pela instituição, orientou alunos e professores a trancar as portas, silenciar os telefones e permanecerem escondido até novo aviso. “Lembre-se: CORRA, se estiver no local afetado, evacue com segurança, se possível; ESCONDA-SE, se a evacuação não for possível, procure abrigo; LUTE, como último recurso, aja para se proteger. Fique atento para mais informações de segurança”.

Informação de que um suspeito teria sido detido foi posteriormente desmentida. A Universidade Brown, fundada em 1764 e com 10.000 alunos, faz parte da prestigiosa “Ivy League”, integrada ainda pelas universidades de elite de Harvard, Yale, Columbia, Princeton, Cornell, Dartmouth e Pensilvânia. Foi mostrado um vídeo em que um homem com roupa escura se evade do campus.

Trata-se do enésimo episódio da “doença americana” – o assassinato em massa, a esmo, tristemente caracterizado pelo massacre da escola Columbine, e que em última instância é uma espécie de repetição ritual contra os próprios norte-americanos, daquilo que os invasores de terra alheia se cansaram de cometer, na Coreia, no Vietnã, na guerra suja de El Salvador, no Iraque, no Afeganistão e em tantos lugares, depois de tanto praticarem contra os indígenas e nas Filipinas.

Agravado pela fixação na posse de armas – é mais fácil um jovem comprar um rifle do que uma latinha de cerveja. Supostamente bancada pela Segunda Emenda, aliás, inscrita na constituição para legalizar as patrulhas de escravos dos Estados sulistas na hora da independência.

Pela sua rede Truth Social, o presidente Trump, conhecido por fazer apologia da posse de armas de grosso calibre, postou: “Que Deus abençoe as vítimas e suas famílias!”.  

VÉSPERA DO ANIVERSÁRIO DO TIROTEIO EM SANDY HOOK  

Esta noite, na véspera do aniversário do tiroteio em Sandy Hook, nos encontramos novamente de luto”, disse o prefeito eleito de Nova York, Zohran Mamdani, lembrando que o massacre de 2012 na Escola Primária Sandy Hook, em Newtown, Connecticut, em 14 de dezembro de 2012, em que foram mortas 20 crianças entre 5 e 10 anos em um jardim de infância e seis professores e auxiliares.

“Essa violência sem sentido — antes considerada incompreensível — tornou-se nauseantemente normal para todos nós em nosso país”, ele denunciou, chamando a persistir no “trabalho duradouro de acabar com o flagelo da violência armada em nossa nação”. Mamdani expressou suas condolências às famílias das vítimas e às comunidades de Brown e Providence.

A epidemia de violência armada se estende por toda a América. Enfrentamos isso quando entramos em nossas casas de culto e saímos para as ruas, quando deixamos nossos filhos no jardim de infância e quando tememos se essas crianças, agora adultas, estarão seguras no campus. Mas, ao contrário de tantas outras epidemias, nós possuímos a cura. Temos o poder de erradicar esse sofrimento de nossas vidas, se assim o desejarmos.

Gabby Giffords, ex-congressista democrata do Arizona que se tornou ativista após sobreviver a uma tentativa de assassinato em 2011, disse que “meu coração se parte pela Brown University. Os alunos só deveriam se preocupar em estudar para as provas finais, não em se esconder dos tiros. Armas são a principal causa de morte entre jovens nos Estados Unidos — este é um incêndio de cinco alarmes e nossos líderes em Washington o ignoraram por tempo demais. Os americanos estão cansados de esperar o Congresso decidir que proteger as crianças importa.”

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