Após decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, as operações da mina de minério de ferro de Brucutu, a maior comandada pela mineradora Vale no estado, foram totalmente paralisadas.
A nova decisão do TJ suspendeu os efeitos de outra sentença que havia autorizado a retomada do funcionamento da mina, com capacidade de 30 milhões de toneladas por ano.
Inaugurada em 2006, a Mina de Brucutu é a maior da Vale em Minas Gerais. Desde a tragédia de Brumadinho (MG) ocorrida em 25 de janeiro, que matou 237 pessoas e outras 33 ainda desaparecidas, ela tem sido alvo de diversas ordens judiciais que ora interditam suas operações.
A barragem de Laranjeiras, que integra a Mina de Brucutu, foi uma das nove estruturas da Vale paralisadas em liminar do TJMG concedida em 1º de fevereiro. A decisão atendeu na ocasião um pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que moveu ação alegando que não haviam garantias de segurança nestas estruturas. No dia 18 de março, o juiz Michel Curi acatou recurso da mineradora e liberou especificamente a barragem de Laranjeiras, mantendo suspensas as outras oito.
TRÊS MESES DE BRUMADINHO
Passados mais de três meses do rompimento da barragem B1 da Mina Córrego do Feijão, 33 pessoas seguem desaparecidas. Na noite desta terça-feira, a Polícia Civil de Minas Gerais aumentou o número de mortos identificados para 237 – um a mais que no último balanço divulgado nessa segunda-feira.
As buscas do Corpo de Bombeiros, em Brumadinho, continuam intensas. Nesta terça-feira, 135 militares participaram da operação, que contou com 18 frentes de trabalho, 117 máquinas pesadas e um drone. De acordo com a corporação, as buscas se concentram no Córrego do Feijão, no solo mais seco dos remansos 2 e 3, além da área conhecida como “dos sítios”. As operações também se estendem à região da Pousada Nova Estância, dizimada pela onda de lama.