“Elogiou o covarde assassinato do general Bachelet, pai da ex-presidente do Chile Michele Bachelet, na época da ditadura militar chefiada pelo abominável general Augusto Pinochet”
O senador José Serra (PSDB-SP) condenou a declaração de Bolsonaro contra a ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet.
“O presidente deu uma declaração que agride os direitos humanos e o povo chileno, e merece todo nosso repúdio”, afirmou José Serra em nota.
“Elogiou o covarde assassinato do general Bachelet, pai da ex-presidente do Chile Michele Bachelet, na época da ditadura militar chefiada pelo abominável general Augusto Pinochet”, concluiu.
Michelle Bachelet é atualmente Alta-Comissária da ONU para Direitos Humanos. Em Genebra, ela expressou em entrevista que houve uma “redução do espaço democrático” no Brasil. E demonstrou preocupação com o aumento, no primeiro semestre deste ano, das mortes por ação policial no Rio e em São Paulo.
Em rede social, Bolsonaro escreveu: “Seguindo a linha do Macron [presidente da França] em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, [Michelle Bachelet] investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares”.
E continuou: “[Michelle Bachelet] Diz ainda que o Brasil perde espaço democrático, mas se esquece que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época”.
O pai de Michelle Bachelet, general da Força Aérea, Alberto Bachelet, não era comunista, mas se opôs ao golpe sangrento de Pinochet e defendeu o governo constitucional do presidente Salvador Allende.
Ele foi preso e torturado pela ditadura pinochetista.
A nota do senador e ex-chanceler José Serra foi enviada para o jornal O Estado de S. Paulo. O tucano foi exilado no Chile, fugindo da ditadura no Brasil. Ele chegou a ser preso no Chile depois que Pinochet deu o golpe na democracia e implantou um regime cruel e sanguinário.
Serra, quando esteve detido no Chile por Pinochet, escapou por pouco de ser identificado por uma missão de militares brasileiros que foi até Santiago para ajudar a interrogar presos políticos no Estádio Nacional.
Um dia antes da chegada dos militares brasileiros, foi solto pelo major Mario Luis Iván Lavanderos Lataste – que enganou seus superiores – e se refugiou na embaixada da Itália.
Serra é grato a Lavanderos pelo fato de ainda estar vivo. Depois, soube que o major que o ajudou foi fuzilado pelo regime.