Em sua conta no Twitter, o senador Randolfe Rodrigues comentou a relação entre os milicianos presos pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes com o clã de Jair Bolsonaro. Segundo o senador, “todos os suspeitos da morte de Marielle têm relação com Bolsonaro”.
“Até agora todos os acusados pelo assassinato de Marielle e Anderson tem algum tipo de ligação com o presidente. A questão é: quem mandou os conhecidos e vizinhos de Bolsonaro matarem Marielle e Anderson?”, indagou o senador do Amapá.
O questionamento vem novamente à tona após a prisão de Josinaldo Lucas Freitas, na última quinta-feira (03), acusado de ter jogado no mar armas que teriam sido usadas no assassinato de Marielle e Anderson.
Conhecido como Djaca, Josinaldo é professor de artes marciais, DJ e possui diversas fotos nas redes sociais ao lado de Bolsonaro, seu filho vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro e outros políticos do clã.
Em uma das imagens o lutador e o político aparecem fazendo o sinal de positivo. Na foto aparece a data “28 de outubro de 2018”, dia em que Bolsonaro foi eleito presidente da República. Porém, não há como saber se a foto foi tirada naquele dia, ou apenas postada para comemorar a vitória do político.
Uma das pessoas que curtiram a foto foi Marcio Mantovano, também preso na operação desta quinta-feira.
Na outra foto, feita em 2017 durante um torneio de luta, Djaca e Bolsonaro estão – de acordo com a legenda – ao lado de um veterinário que é amigo do lutador.
Djaca também publicou fotos ao lado do vereador Marcello Siciliano, outro investigado no caso Marielle. O lutador comentou, na imagem, que o parlamentar era “o melhor vereador” que já apoiara.
Em outra foto, feita na Câmara Municipal do Rio, Djaca posa com o vereador Carlos Bolsonaro.
Apesar dos registros, o inquérito da Delegacia de Homicídios não cita uma eventual ligação entre Djaca e Bolsonaro.
Conforme apurado pela revista Veja, o professor de artes marciais vive e dá aulas na região de Rio das Pedras e Muzema, zona oeste do Rio, onde ficam favelas dominadas por milicianos. Em suas redes sociais, Djaca já postou panfletos que fazem propaganda de um serviço de transporte de passageiros apelidado de “Uber da milícia”.
Outras evidências que aproximam a morte de Marielle a Bolsonaro:
- O ex-PM e miliciano Ronnie Lessa, assassino de Marielle, era vizinho de condomínio de Bolsonaro. Morava a menos de 100 metros.
- Capitão Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe do Escritório do Crime, da milícia do Rio das Pedras, e que utilizava os serviços de Ronnie Lessa, teve mãe e esposa empregadas pelo então deputado Flávio Bolsonaro, filho de Jair.
- Major Ronaldo Paulo Alves Pereira, outro envolvido com as milícias do Rio das Pedras, recebeu moção de louvor na Assembleia Legislativa, conferida por Flávio Bolsonaro.
- Motorista Queiroz, ponto de contato com a milícia do Rio das Pedras, administrava a caixinha de Flávio Bolsonaro na Assembleia e repassava dinheiro para a primeira dama.
- Ligados às milícias, os gêmeos Alan e Alex Rodrigues de Oliveira eram seguranças e Flávio. Sua irmã Valdeni era tesoureira do PSL do Rio.
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Todos amiguinhos, e livres para continuar servindo à família Bozo.