
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todos os atos da Lava Jato contra o doleiro Alberto Youssef, mas manteve sua colaboração premiada.
Toffoli cita as mensagens entre procuradores e juízes da Lava Jato obtidas pela Operação Spoofing como justificativa para sua decisão.
O ministro tem tomado, desde 2023, decisões que favorecem condenados e corruptos confessos, como os delatores, além de empresas envolvidas em escândalos de corrupção.
É o caso, por exemplo, de suas decisões que favoreceram os empreiteiros Marcelo Odebrecht, da Odebrecht (atual Novonor), e Léo Pinheiro, da OAS.
Alberto Youssef foi preso em 2014, representando um marco para a Lava Jato. Ele agia como doleiro do esquema de corrupção revelado pela Operação, isto é, Youssef intermediava os pagamentos de propina para políticos. O doleiro fechou seu acordo de colaboração premiada no mesmo ano.
A avaliação de um dos advogados de Youssef, Antonio Figueiredo Bastos, é de que Dias Toffoli “matou toda a investigação. Com isso, o dominó vem para todo mundo. Vai se fazer uma extensão, com certeza, para outros processos”.
O ex-presidente Fernando Collor de Mello, cuja prisão foi confirmada pelo STF em abril de 2025, pode ser beneficiado. Ele cumpre prisão em regime domiciliar por sua condenação a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, em um desdobramento da Lava Jato.