A defesa do deputado Daniel Silveira pediu que a tornozeleira eletrônica que ele está usando seja substituída por estar emitindo supostos “ruídos estranhos”.
Silveira está sendo monitorado pelo equipamento por ter, reiteradamente, ameaçado o Supremo Tribunal Federal (STF) e seus ministros.
Sua defesa apresentou um pedido para que a tornozeleira eletrônica seja substituída e periciada pois parece que adquiriu “vida própria”.
“Surgiram então dúvidas quanto à integridade e confiabilidade do aludido equipamento, eis que, em tese, ‘possa ter sofrido algum tipo de manuseio eletrônico’, tipo ‘escuta’ embutida, ou outra forma não prevista em lei, desconhecido da defesa e do próprio monitorado, chegando à conclusão de que o mesmo não esteja adequado para o fim ao qual está designado”, alegou a defesa.
O STF determinou o uso de tornozeleira eletrônica depois de Daniel Silveira ter voltado, em março, a atacar a Corte. No dia 12, o deputado bolsonarista disse que a Corte “é deficitária de pessoas que tenham bússola moral” e que parte dos ministros não deveria nem ter “entrado, porque precisamos de pessoas sérias”.
Oito dias depois, falou que Alexandre de Moraes está agindo fora da Constituição e que “está ficando complicado” para o ministro “continuar vivendo aqui”.
Quando da determinação do uso de tornozeleira eletrônica, Daniel Silveira tentou fugir da Justiça ao anunciar que iria morar dentro da Câmara dos Deputados. O STF decidiu, então, que o deputado deveria pagar R$ 15 mil para cada dia que se fugisse do equipamento, e Silveira se entregou.
Em fevereiro do ano passado, Silveira foi preso por ter gravado e publicado um vídeo fazendo ameaças diretas aos ministros do STF. Sua prisão foi referendada pela Câmara dos Deputados em votação feita no Plenário.