Entre o 1º e o 2º turno, Anderson Torres se reuniu com integrantes da Polícia Federal (PF), na Bahia, para pedir que a corporação atuasse nas ruas junto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia do segundo turno. Objetivo era atrapalhar votação no candidato da oposição
Bolsonaro agiu ilegalmente para tentar reverter o resultado desfavorável do primeiro turno das eleições presidenciais. Isso ficou claro com a descoberta do “mapa” eleitoral com os locais onde Lula venceu. Ele foi encomendado pelo ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e visava orientar onde o governo faria as blitzes montadas pela Polícia Rodoviária Federal para atrapalhar a votação.
O documento, com uma lista de cidades em que o efetivo policial deveria ser reforçado em 30 de outubro de 2022, quando foi realizado o segundo turno nas eleições presidenciais, foi feito por um servidor do Ministério da Justiça e contemplava todos os estados da região Nordeste. As informações foram obtidas pela jornalista Andréia Sadi, da Globo.
Anderson Torres se reuniu com integrantes da Polícia Federal (PF) na Bahia, para pedir que a corporação atuasse nas ruas junto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia do segundo turno, reforçando a operação para supostamente coibir eventuais crimes eleitorais.
Como revelado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, a responsável pelo documento foi a delegada Marília Ferreira Alencar. O mapeamento, segundo Jardim, foi pedido por Anderson Torres a Marília Alencar, que na época atuava no Ministério da Justiça. A delegada teria, então, pedido a um servidor da área de Tecnologia da Informação (TI) do ministério que fizesse o levantamento.
O encontro ocorrido na Bahia foi baseado em um mapeamento de cidades em que o efetivo policial deveria ser reforçado – cidades, por exemplo, nas quais Lula havia sido o candidato mais votado no primeiro turno. No estado da Bahia, ao qual o ministro foi pessoalmente discutir a ação da PF no segundo turno, Lula obteve 69,7% dos votos na primeira etapa da eleição, enquanto Bolsonaro teve 24,3%.
A PRF realizou múltiplas blitzes no dia da eleição e parou veículos que transportavam eleitores em todo o país. A maior parte das operações – que haviam sido proibidas no dia anterior pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes – aconteceu em estados do Nordeste.
Anderson Torres está preso em Brasília desde 14 de janeiro e é investigado por omissão e participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro que depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Marília Alencar também é alvo de investigação, por suspeita de ter agido para esconder provas relacionadas aos atos terroristas daquele dia.