Preço da carne explodiu nos últimos meses e virou “artigo de ouro” inacessível ao povo
Após a afronta da Bolsa de Valores brasileira (B3), antiga Bovespa, de imitar Wall Street, e inaugurar uma estátua de um “touro de ouro” em frente ao seu prédio, no centro de São Paulo, na terça (16), a medida foi ridicularizada. No dia seguinte, o touro foi carimbado com um cartaz escrito com letras garrafais FOME.
O protesto se dá diante da disparada dos preços dos alimentos, principalmente da carne, e da procura por ossos em açougues e caçambas dos supermercados. Nas redes sociais, não faltaram memes para criticar a ofensa aos milhões de brasileiros que estão na extrema pobreza e mais de 100 milhões que vivem a insegurança alimentar.
A escultura, que está autorizada a permanecer no local por três meses, é uma cópia – mal feita – do Touro de Wall Street, centro financeiro de Nova York, que, também lá, tenta sem muito sucesso simbolizar “o otimismo e a força dos investidores”.
O cartaz escrito FOME foi colado no touro por iniciativa de um grupo de jovens por volta de 6h30 da manhã de hoje. Nas redes sociais eles disseram: “Nesta semana, a Bolsa de Valores instalou a estátua do Touro de Ouro no Centro de São Paulo. O que para eles simboliza a força do mercado financeiro, para nós é um símbolo da fome, da miséria e da superexploração do trabalho. Mas, também é um lembrete de que continuaremos na luta por uma vida com dignidade. E é por isso que hoje fizemos essa ação simbólica de protesto”.
Ao contrário do falso otimismo do “mercado” financeiro, assim como ao contrário das mentiras declaradas pelo ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, em Dubai, a economia brasileira está estagnada, com inflação galopante, o desemprego e subemprego atingindo milhões de brasileiros – 14 milhões desempregados, 40 milhões no trabalho precário, 25 milhões vivendo de “bico”, sem carteira assinada, e a renda desabando, e 20 milhões de brasileiros passando fome, como manifestou em seu Twitter a vereadora do Recife (PE) Cida Pedrosa (PCdoB).
Enquanto eles tentam “vender” otimismo com o ridículo boi na bolsa, a produção da indústria, as vendas do comércio varejista e o volume do setor de serviços ficaram no vermelho em setembro.
O consumo das famílias está caindo, o endividamento crescendo, os pedidos de falência aumentando, os juros estão os mais altos do mundo e a cesta básica de alimentos já custa mais da metade do salário mínimo. Além disso tem o botijão de gás a R$ 140, a gasolina a R$ 8,00, e a conta de luz que não para de subir. E hoje, 25 milhões de brasileiros, sem emprego e sem renda, ficam sem auxílio emergencial e sem o bolsa família.