
Trabalhadores da Boeing entraram em greve mais uma vez. Cerca de 3.200 operários votaram no domingo, por rejeitar a segunda proposta de contrato de quatro anos apresentada a eles pelos patrões, trazida a voto pela ‘Associação Internacional de Maquinistas’(International Association of Machinists, IAM), entidade que os representa na mesa de negociações.
A greve começou na manhã dessa segunda-feira, nas fábricas da Boeing em St. Louis, em St. Charles, ambas ficam no estado de Missouri e em Mascoutah, no estado de Illinois.
Anteriormente, os operários já haviam rejeitado uma proposta de contrato onde a Boeing pretendia impor um cronograma de trabalho de quatro turnos consecutivos de 10 horas de segunda a sexta-feira pu três turnos consecutivos de 12 horas de sexta a segunda-feira.
Com a nova proposta, a Boeing deixou as horas de trabalho e horas extras sem alterações, adicionou um aumento salarial de US$ 0,50 por hora, aumentaram o multiplicador de pensão, que anteriormente era de US$ 5 no segundo e terceiro anos, para US$ 10 para o primeiro ano. Mas somente se aplicando aos novos trabalhadores, de acordo com o sindicado os trabalhadores mais antigos foram deixados de fora do novo contrato.
A IAM, que se opôs à contra-proposta patronal, comunicou que “a proposta da Boeing Defence ficou aquém de abordar as prioridades e sacrifícios da força de trabalho qualificada da IAM Union.”
“Já basta. Trata-se de respeito e dignidade, não de promessas vazias,” disseram os sindicalistas.
A nova paralisação está acontecendo após um ano, quando 33 mil grevistas que trabalham na Boeing pararam a produção durante 2 meses e conseguiram um aumento salarial de 38%.
O CEO da Boeing, Kelly Ortberg, tentou minimizar a gravidade da greve, dizendo que “não se preocupa muito com as implicações da greve”. A empresa anunciou que como “plano de contingência” para manter a produção, irão contratar trabalhadores fura-greves.
O maior cliente militar da Boeing é o governo dos EUA e esta greve está acontecendo ao mesmo tempo em que o governo do presidente, Donald Trump, firmou um contrato de US$ 20 bilhões com a Boeing, para a fabricação de caças, alegando um eventual conflito contra a China.
A Boeing também está lucrando muito com o genocídio em Gaza, em 2024, no governo de Joe Biden, eles conseguiram um contrato de US$ 5,4 bilhões para a fabricação de caças F-15, construídos nas fábricas de Missouri e de Illinois, além dos bilhões com o envio de bombas e sistemas de armas para Israel.
O Boeing ficou infame pela má qualidade na construção de seus aviões civis. Buscando maiores lucros eles ignoraram procedimentos de segurança e com isso aconteceram uma séries de desastres, ocasionando nas mortes de mais de 330 pessoas em 2018 e 2019. Em junho desse ano, cerca de 240 pessoas morreram na queda do ‘Boeing 787 Dreamliner’ na Índia.
Depois de um acidente com um avião Alaska Airlines 737 MAX 9 novo. Um plugue da porta do avião explodiu causando rápida descompressão e culminado em investigações e denúncias de negligência por parte da empresa aérea.
A agencia do governo americano responsável pela regulamentação e fiscalização da aviação civil teve então que impor restrições na empresa, na produção do avião 737 MAX.