
Os presidentes centrais sindicais publicaram um artigo unificado pelo Dia do Trabalhador, nesse 1º de Maio, reafirmando o papel da luta sindical na construção de uma nação democrática, justa e soberana. O texto denuncia também os impactos das reformas trabalhistas de 2017 e ressalta as principais reivindicações do movimento sindical brasileiro, incluindo a redução da jornada sem redução salarial, combate à carestia e ao desemprego.
Confira, a seguir, a íntegra, o artigo:
Trabalhadores: Ainda Estamos Aqui. E Vamos Continuar
Ainda estamos aqui, apesar dos ataques sofridos por meio de reformas que impuseram uma ampla retirada de direitos. A referência ao premiado filme de Walter Salles não é casual. A história de Eunice e Rubens Paiva ilustra a necessidade de resistência que marca também o sindicalismo.
Seguimos conquistando avanços para a classe trabalhadora através de campanhas salariais, convenções coletivas, programas de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e da luta política.
Neste Dia do Trabalhador de 2025 lutamos por redução da jornada de trabalho sem redução salarial, pelo combate à carestia, isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, taxas de juros menores, empregos decentes e igualdade salarial entre homens e mulheres.
Promovemos uma série de atividades das quais destacamos a Plenária Nacional, a Marcha em Brasília e o lançamento da Pauta da Classe Trabalhadora. Sob o lema: “Por um Brasil mais justo: solidário, democrático, soberano e sustentável”, esta Jornada Nacional culmina no dia Primeiro de Maio com atos em centenas de cidades e com a retomada do tradicional ato na Praça Campos de Bagatelle, em São Paulo.
Uma nação se constrói com solidariedade, soberania e com direitos sociais e trabalhistas. Se constrói com a valorização dos trabalhadores, pois são eles o motor da produção, do consumo e da transformação social.
Além da solidariedade e soberania, destacamos em nosso lema a urgência da sustentabilidade. Mas a virada sustentável só será possível através de uma transição justa, que integre o povo trabalhador através de qualificação profissional, realocação e de medidas que prevejam soluções para o desemprego.
Por sua capilaridade e conhecimento das demandas específicas de cada categoria, os sindicatos têm papel estratégico na construção de um mundo mais justo e sustentável.
Mas, dilapidados pelas reformas liberais iniciadas no governo de Michel Temer, os trabalhadores ainda sentem os efeitos das perdas impostas em 2017. Perdas que afetam toda a nação pois, quando os direitos trabalhistas são negligenciados e a precarização do trabalho é crescente, o país se afasta do caminho do desenvolvimento e fragiliza a democracia.
Por isso, também destacamos neste Primeiro de Maio, a luta incansável pela manutenção da democracia.
Ainda sentimos as ameaças golpistas que ganharam força no governo de um presidente que apoia abertamente as atrocidades da ditadura militar, denunciadas em Ainda Estou Aqui.
Isso revela que a construção da democracia é tarefa permanente, algo que só é possível com a existência de sindicatos fortes. As organizações dos trabalhadores são pilares fundamentais de uma nação com justiça social, soberania, solidariedade, sustentabilidade e democracia.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Moacyr Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)