Com mobilizações, assembleias e atos, trabalhadores mantêm estado de greve contra PEC do assalto às aposentadorias
Com a crescente mobilização e pressão dos trabalhadores em todo o país, que estão em estado de greve geral, o Governo Federal retirou da pauta do Congresso Nacional a votação prevista para o dia 6 de dezembro da PEC do roubo à Previdência. A greve geral estava marcada para o dia 5, mas com a suspensão da votação, as centrais sindicais decidiram cancelar e manter o alerta: ‘Se Temer marcar alguma nova data, o Brasil vai parar’.
Mesmo com a greve suspensa, centrais, federações e sindicatos mantiveram as ações de mobilizações, com assembleias e manifestações. Em São José dos Campos, metalúrgicos da GM, além de outras fábricas fizeram assembleia com atraso na entrada. Na manhã de terça-feira também houve bloqueio de avenidas em alguns estados como Bahia e Maranhão.
Para Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira), presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), “Temer ter tirado a reforma da previdência da pauta do dia 6 é um avanço. Ele sabe que não vai conseguir aprovar esse absurdo, por isso não pôs em votação. A mobilização contra esse projeto criminoso está crescendo em todos os cantos e se o Governo resolver colocar de novo em pauta vamos responder com greve. Vamos parar o país”, ressaltou Bira.
A CSP-Conlutas também manteve a mobilização, destacando que ela “acontece exatamente no momento em que o governo Temer está com dificuldade em conseguir o número de votos necessários para a aprovação do fim da aposentadoria dos trabalhadores brasileiros. Acontece no momento em que na base aumenta a disposição em realizar a Greve Nacional e manifestações para derrotar definitivamente a reforma da Previdência”.
Ainda segundo a nota da entidade, é o momento de “enterrarmos de vez essa reforma que acaba com a nossa aposentadoria e vem sendo articulada à base da compra de votos por um governo e um Congresso Nacional corruptos a serviço da burguesia desse país. A CSP-Conlutas chama a todos os sindicatos e organizações de base a se manterem mobilizados e realizarem assembleias, protestos e manifestações, a manterem a pressão sobre os deputados nas casas e aeroportos. Não vamos baixar a guarda”.
Também a CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e de Guarulhos convocaram os trabalhadores para atos em frente às unidades do INSS.
A Fasubra, que organiza os trabalhadores técnico-administrativos das universidades federais, manteve a mobilização destacando que “somos solidários a todos que acreditam na luta e na unidade da classe trabalhadora e propomos manter as mobilizações e o calendário de lutas contra as reformas e o governo Temer”, diz a entidade. A Fenametro, Federação dos Metroferroviários, publicou nota propondo “que os atos sejam realizados em todas as cidades no dia 5 de dezembro. E mais do que isso, consideramos fundamental a realização de uma greve nacional ainda antes da votação da reforma”.
Até agora o governo não conseguiu os 308 deputados necessários para que passe uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição). No domingo, 03, Temer chegou a organizar um jantar para convencer os deputados da base aliada – através de emendas parlamentares e outros subornos menos sutis – a apoiarem a proposta, sem sucesso. (Ver mais na página 3).