Os trabalhadores da construção civil de Belém entraram em greve na terça-feira (16), em defesa de reajuste salarial e garantia de direitos.
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 9%, aumento do pagamento da cesta básica de R$110 para R$270, além de um reajuste no programa de participação nos resultados de 30%, diante dos grandes investimentos que estão sendo feitos na região para a realização da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025), que acontecerá na capital paraense.
“É um absurdo, o governo federal está investindo R$ 4,7 bilhões nessas obras da COP, o governo do Estado e municipal R$ 1,3 bilhão e querem dar 5,5% de aumento para os trabalhadores. Então simplesmente os trabalhadores não aceitaram, querem um aumento maior no salário, aumento da cesta básica, a classificação das mulheres e pagamento para o dia 30”, afirmou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Pará, Cleber Rabelo. “Nós estamos discutindo: se não tem aumento, não vai ter COP”, acrescentou.
Antes de decidirem pela paralisação, os trabalhadores fizeram vários protestos em Belém na segunda e na terça-feira. O sindicato ressalta que a greve por tempo indeterminado já está afetando o cronograma já apertado das obras públicas de infraestrutura e também construções privadas, como hotéis que estão sendo renovados e construídos na cidade.
Segundo o sindicato, cerca de 5 mil trabalhadores aderiram ao movimento e, nesta quarta-feira (17), 80% das obras estão paradas por conta da greve, incluindo obras na Vila de Líderes, hotel que está sendo construído para receber os chefes de Estado para a Cúpula que acontece nos dias anteriores à abertura da COP.
Segundo a Secretaria Extraordinária da COP30 (Secop), “as negociações trabalhistas estão sendo conduzidas pelas partes competentes” e que os preparativos para a Conferência continuam em curso dentro do cronograma previsto.
