
Os trabalhadores dos Correios de São Paulo rejeitaram a proposta patronal para o acordo coletivo de 2023/2024 e, em assembleia na quinta-feira (24), decretaram estado de greve.
A proposta da empresa é reajuste salarial de 3,18%, o equivalente a 90% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Além do reajuste acima da inflação, a categoria luta por um plano de saúde mais acessível e justo para todos, e a abertura de concurso público.
Segundo o SINTECT-SP (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo), “a grande assembleia, com presença massiva dos trabalhadores, mostra a disposição de luta da categoria e que se a proposta não melhorar, o Correio vai parar!”.
Assembleias dos trabalhadores dos Correios estão acontecendo em todo o país, sob o comando da Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios) e dos sindicatos locais. Na última terça-feira (22), os trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro, assim como os de São Paulo, também rejeitaram a proposta da empresa e decretaram estado de greve.
“O SINTECT-SP continuará mobilizando a categoria para a próxima assembleia, até lá, a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) terá tempo suficiente para receber o resultado das assembleias em todo o país, retomar as negociações e avançar na proposta de Acordo Coletivo de Trabalho”, afirmou o sindicato.
REVERTER A DESTRUIÇÃO DE BOLSONARO
O sindicato afirma que “o governo anterior dilapidou a categoria. Não reajustou salários e roubou 53 cláusulas do Acordo Coletivo”.
“Enquanto seus líderes vendiam jóias que não eram deles para encher os bolsos, mandavam a direção militar da ECT esvaziar os bolsos e as geladeiras dos trabalhadores dos Correios”, diz o sindicato.
O SINTECT-SP ressalta ainda que após os quatro anos do governo Bolsonaro, “a primeira negociação sob o novo governo e a nova diretoria da empresa se dá numa situação excepcionalmente ruim, com os trabalhadores empobrecidos pelo arrocho e adoecidos pelo excesso de trabalho e pressão nos setores”.
“Recuperar o que foi roubado é um primeiro e necessário passo, que está sendo dado. A proposta da empresa já contempla o retorno de 35 cláusulas retiradas da categoria, tanto sociais quanto cláusulas com valores monetários, como o tíquete peru”.
Mas, conforme o sindicato, recuperar o que foi “roubado” é urgente. “Salários condizentes com a realidade e um plano de saúde pagável com o que se ganha é o mínimo”.
“Com união e mobilização, a panela de pressão vai ferver e a empresa vai ceder. Esse é o caminho”, afirma o SINTECT-SP.