Trabalhadores dos Correios de sete estados aprovaram greve por tempo indeterminado, a partir desta quarta-feira (17).
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo (Sintect-SP), “a paralisação é uma resposta direta à falta de avanços nas negociações e ao desrespeito com quem mantém, diariamente, o funcionamento dos Correios. Diante das ameaças de retirada de direitos e da precarização das condições de trabalho, a categoria permanece unida e determinada a resistir”.
As paralisações foram aprovadas também em Minas Gerais, Paraná, Ceará, Paraíba, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
“Todos estão cansados da enrolação que se estende desde o mês de julho, quando foram apresentadas as reivindicações, e da insistência na afirmação de que não há viabilidade financeira no orçamento para cobrir as necessidades dos Correios”, diz o Sintect-SP.
As lideranças sindicais alegam que não podem aceitar que a crise financeira criada por governos e diretorias seja jogada nas costas dos trabalhadores. “A categoria não vai aceitar ser penalizada por uma crise que não foi ela que criou, exige aporte já, reajuste salarial e nos benefícios econômicos retroativo a agosto, manutenção de todos os direitos e melhores condições de trabalho”, afirma a entidade.
Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais afirma que a greve geral foi aprovada “contra os desmandos da direção da Empresa, contra as péssimas condições de trabalho, por um Acordo Coletivo que atenda os trabalhadores, contra o desrespeito da direção dos Correios para com os trabalhadores e contra a tentativa de boicotar e impedir a greve nacional unificada da categoria”.
A direção do sindicato mineiro afirma que a administração da empresa tem adotado uma postura de desrespeito à categoria. Conforme a entidade, “não há apresentação e proposta econômica e há tentativas de retirada de direitos consolidados, como o adicional de férias, além de mudanças no plano de saúde, extinção da entrega matutina, cortes de benefícios extras, imposição do Sistema de Distritamento e resistência à contratação de concursados, somadas a condições de trabalho consideradas precárias”.
Os doze sindicatos que compõem a região do Vale do Paraíba, Campinas e Santos afirmam que aderiram ao movimento “em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios”.
No último dia 10, lideranças sindicais e trabalhadores dos Correios de todo o país ocuparam Brasília numa grande mobilização em defesa da empresa pública e da construção de um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que assegure direitos, valorização profissional e condições dignas de trabalho aos ecetistas.
Em crise financeira, os Correios tentaram fechar um empréstimo com bancos no valor de R$ 20 bilhões, mas a operação não se consolidou. No momento está em análise no Ministério da Fazenda uma proposta de empréstimo de R$ 12 bilhões, que entrará no plano de reestruturação da estatal.










