
Manifestações e greves nos dias 9 e 10 de novembro ocorrerão em todo o país
Frente aos ataques cometidos pelo governo federal contra os trabalhadores, com a reforma trabalhista e a ameaça à Previdência, aposentados e pensionistas, metalúrgicos, servidores públicos e centrais sindicais de todo o país estão organizando amplas mobilizações nos dias 9 e 10 de novembro, com greves, paralisações e manifestações, para barrar o avanço da política de ajuste fiscal imposta por Temer e sua quadrilha no Congresso Nacional.
Inicialmente encabeçado pelo movimento Brasil Metalúrgico, que reúne sindicatos e federações de todo o país, o Dia Nacional de Luta Contra a Perda de Direitos já tem adesão de diversas categorias. Segundo o presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), Miguel Torres, que também preside o sindicato dos metalúrgicos de São Paulo, este “é o dia nacional em defesa dos direitos que essa nova legislação quer acabar. Por isso faremos manifestações em todo o Brasil, com greves, paralisações e muita mobilização. A luta faz a lei”.
Para Warley Martins, presidente da Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos) – que está organizando também um ato no dia 9, no centro de São Paulo, contra a PEC 287 (da reforma trabalhista) e também pela recriação do Ministério da Previdência Social – “vimos nossa sociedade ser massacrada com perdas de direitos dos quais travamos imensas lutas para conquistar e ainda estamos em meio a uma batalha penosa contra a temida reforma da Previdência. Ainda botaram todas as atividades que antes eram do Ministério da Previdência sob controle do Ministério da Fazenda; é como colocar a raposa para tomar conta dos ovos, não vamos permitir. Os aposentados, pensionistas e idosos continuarão nas ruas defendendo os seus direitos”, declarou o líder dos aposentados.
A entidade divulgou também o relatório final aprovado na CPI da Previdência do Senado Federal. “Após trinta e uma sessões de debates e audiências públicas que possibilitaram uma avaliação mais profunda da contabilidade previdenciária é possível aferir e afirmar com toda a convicção que o maior e mais grave problema da Previdência Social decorre da vulnerabilidade; da subtração via benefícios fiscais e desonerações; da fragilidade e da desvinculação das fontes de custeio do sistema de seguridade social”.
A data para o dia de mobilizações, em 10 de novembro, foi escolhida por ser a véspera da entrada em vigor da nova lei trabalhista – que afeta a todas as categorias. Por isso, o Brasil Metalúrgico realizou uma reunião nesta segunda-feira, 30, para discutir a reta final de preparação. O Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, com representante na reunião, informou que foi fechado acordo em nível nacional e de todas as centrais, para aderir à greve no dia 10. No Ceará já foi realizada plenária de entidades, com todas as centrais, e foi organizado um plano unitário com paralisação de empresas na parte da manhã e manifestação unitária em Fortaleza à tarde.
Também os servidores públicos aderiram à data. A Fasubra (Federação de Sindicatos dos Trabalhadores em Universidades Brasileiras), o Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) e a Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social) aprovaram paralisação nacional em 10 de novembro.
Dentre os principais eixos do dia de mobilizações estão “ações Contra a lei (reforma) trabalhista, Contra a Reforma da Previdência Social e pelo fim da Terceirização”, além de também defenderem uma plataforma de crescimento econômico, industrialização e redução dos juros. Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e região, José Pereira dos Santos, “os metalúrgicos vão à luta para levar o Brasil ao crescimento. A tarefa de todos nós é buscar a retomada do crescimento. Há vários caminhos, o primeiro é a valorização salarial, pois só salário valorizado garante mercado interno forte”.
O representante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, apontou que “os informes sobre as mobilizações nas categorias, inclusive de outros setores como os servidores públicos, revelam que os trabalhadores estão em luta contra os ataques patrões, do governo e desse Congresso de corruptos. O dia 10 pode nos possibilitar unificar essas lutas e fortalecer a mobilização, rumo a uma nova Greve Geral”.
“Temos que parar para mostrar o que a reforma trabalhista vai trazer, quais são os riscos para o país e para os trabalhadores. Vamos fazer este movimento forte, sobretudo porque começou no Congresso Nacional nova tentativa de votar a reforma da Previdência Social. Vai vir mais paulada nas nossas cabeças. Não podemos aceitar”, alertou Miguel Torres durante a reunião.