As cidades de Bogotá e Cali tiveram as ruas tomadas por manifestações contra o arrocho e a intransigência do presidente Iván Duque.
Nesta quarta-feira, se completam 21 dias de levante contra o governo de Duque que atenta contra o acordo de paz de Havana entre o governo anterior e os guerrilheiros das FARC, além de buscar a imposição de um salário mínimo não reajustado, elevação de impostos, e uma saraivada de ataques aos direitos trabalhistas aos quais chama de ‘reforma’.
Nos cartazes e palavras de ordem entoadas nas ruas da Colômbia, desde a greve nacional de 21 de novembro, o governo de Duque é tratado como agente “dos privilegiados e dos tubarões”.
As manifestações desta quarta têm sido pacíficas nos diversos pontos de concentração da cidade, com alguns registros de enfrentamentos entre manifestantes e policiais do repudiado ESMAD, esquadrão antimotim, em alguns pontos da capital.
A polícia não informou ainda se há novos mortos, detidos ou feridos neste dia.
Presente a uma das concentrações em Bogotá, Michael Ortiz, programador de computadores de 32 anos, declarou que os protestos constituem “mensagens de rechaço e descontentamento” contra Duque.
“Estamos demostrando o sentimento do povo, pois não temos respaldo do governo. Não acredito neste governo. Nós acreditamos que a Colômbia pode mudar e melhorar. No que não acreditamos é na pessoa e no governo que aí está”, acrescentou Ortiz.
Fabio Arias, vice-presidente da Central Unitária de Trabalhadores, afirmou que as greves e manifestações vão prosseguir “com todo tipo de ações”.
No momento em que escrevíamos esta matéria, mais um encontro entre representantes do governo e dirigentes sindicais e estudantis estava acontecendo para a tentativa de “início de diálogo”. É o terceiro encontro em uma semana. Os demais não levaram a um acordo que, segundo as lideranças, acabe com o arrocho e permita ao país caminhar no sentido de “superação das desigualdades e da corrupção”. Por isso, as mobilizações prosseguem.