Trabalhadores italianos fazem greve contra cortes de gastos públicos e arrocho salarial

Greves de transportes (acima) e dos setores da Saúde e Educação se espalham pela Itália. (foto: Red Social Codi)

O governo neoliberal de Giorgia Meloni tenta aprovar Orçamento com cortes de recursos para Saúde, Educação e Transporte, além de ataques a direitos trabalhistas

Os principais sindicatos da Itália convocaram greves durante todo o mês de novembro em setores-chave da sociedade e economia do país — educação, saúde e transporte — em protesto contra a lei orçamentária de 2026, conhecida como Manovra, promovida pelo governo da primeira-ministra de extrema direita, Giorgia Meloni.

Em comunicado conjunto, a Confederação dos Comitês de Base (Cobas) e a União Sindical de Base (USB) ressaltaram que o protesto “não é apenas uma luta salarial, mas uma defesa do Estado social contra a lógica dos cortes e a privatização do público”, sublinhando que o Manovra 2026 impõe uma nova rodada de arrocho, limitando o investimento público e favorecendo o setor privado em áreas estratégicas como saúde, educação e transporte.

As mobilizações, que começaram em 4 de novembro, refletem o crescente descontentamento social com os cortes nos gastos públicos e as reformas trabalhistas incluídas no plano econômico de Meloni, percebidas pelas organizações sindicais como um golpe para os trabalhadores e os serviços essenciais.

O setor da educação foi o primeiro a se mobilizar. O sindicato União Independente de Escolas e Meio Ambiente (Sisa) convocou uma greve nacional de professores, funcionários administrativos e universitários para exigir aumentos salariais e orçamentos adequados para escolas e universidades públicas.

Os médicos de clínica geral organizados na União Nacional Autônoma dos Médicos Italianos (Snami) suspenderam os atendimentos ambulatoriais em 5 de novembro, das 8h às 20h, mantendo apenas os serviços de emergência e cuidados paliativos. Eles reivindicam condições de trabalho dignas e maior investimento em saúde pública.

Um dia depois, em 6 de novembro, mais de 60 mil trabalhadores da indústria farmacêutica também participaram do protesto após o fracasso das negociações para um novo contrato coletivo, cujo último acordo venceu em 2024.

Em 7 de novembro, os trabalhadores do transporte em Milão, filiados ao sindicato Cobas, realizaram uma greve de 24 horas que afetou trens, ônibus e bondes, paralisando a mobilidade na capital econômica do país.

GREVE GERAL CONVOCADA PARA 28 DE NOVEMBRO

O ponto culminante das mobilizações está previsto para 28 de novembro, quando as organizações sindicais Cobas e USB convocaram uma greve geral nos setores público e privado.

O transporte ferroviário será interrompido por 24 horas a partir das 21h do dia 27 de novembro, enquanto o tráfego aéreo e as operações rodoviárias cessarão a partir das 22h do mesmo dia.

Além disso, a USB convocou uma grande manifestação em Roma no dia 29 de novembro, na qual se espera a participação de milhares de trabalhadores, estudantes e movimentos sociais em defesa dos direitos trabalhistas e contra a política econômica do governo.

De acordo com os organizadores, as medidas do governo Meloni aprofundam a desigualdade e ameaçam enfraquecer os serviços sociais, enquanto o custo de vida continua a subir e a inflação afeta duramente as famílias trabalhadoras.

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