
Fim das políticas de privatização, dos juros estratosféricos, correção de pisos salariais, valorização do salário mínimo, manutenção de empregos, entre outros, marcaram as pautas políticas do 1º de Maio – Dia do Trabalhador em diversos estados brasileiros.
Os atos realizados pelas centrais sindicais e contaram com a participação de milhares de pessoas nas principais cidades brasileiras. Na capital baiana, Salvador, os trabalhadores se concentraram no Farol da Barra e realizaram um importante ato em defesa dos direitos. A cantora Daniela Mercury e bloco Olodum agitaram o público que compareceu em massa.
Mais de cinco toneladas de alimentos foram doadas para o Programa Bahia sem Fome pelas entidades sindicais CUT (Central Única dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), UGT (União Geral dos Trabalhadores), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) e Força Sindical.
Os produtos foram entregues ao governador Jerônimo Rodrigues, que estava acompanhado do vice-governador, Geraldo Júnior, secretários de Estado e outras autoridades, durante as comemorações do 1° de Maio, no Farol da Barra, em Salvador. O evento contou ainda com shows da banda Olodum e da cantora Daniela Mercury.
O governador parabenizou a iniciativa das centrais sindicais com a arrecadação de alimentos para a campanha estadual de combate à fome. “Agradeço o ato de coragem de cada um que veio e trouxe o quilo de alimento. O papel das centrais é isso: celebrar as conquistas, mas também demarcar no seu espaço de luta aqueles pontos que mais atingem a classe trabalhadora. Quero abraçar as centrais, reconhecer a responsabilidade de cada movimento sindical e dizer que o governo da Bahia tem plena responsabilidade com os direitos trabalhistas”, exaltou Jerônimo.
Ele destacou ainda que, neste 1º de Maio, a Bahia celebra com os trabalhadores o papel de governo popular, ao lado do Governo Federal, para poder colocar o Brasil novamente no ritmo do desenvolvimento. “O Brasil precisa de união e reconstrução”, concluiu.
O secretário do Trabalho da Bahia, Davidson Magalhães, considerou este 1º de Maio histórico, pois marca os 80 anos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). “Depois dos ataques sofridos em decorrência da Reforma Trabalhista promovida pelos governos anteriores, estamos vivendo um novo momento, de retomada da valorização do trabalhador, como o anúncio de 2,8% de aumento salarial”, pontuou Davidson. O secretário destacou ainda que a Bahia tem muito a comemorar, pois é o 8º estado em geração de emprego e renda. “Atualmente, representamos 66% do trabalho com carteira assinada no mês de março. Isso significa que estamos no caminho certo da retomada do desenvolvimento”, completou.

RIO DE JANEIRO
No Rio de Janeiro, o evento foi organizado pela Secretaria Municipal de Trabalho e Renda, em parceria com a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), foi no Parque Madureira.
Às 11h, houve um ato ecumênico. Na sequência as lideranças sindicais discursaram; na parte da tarde teve shows do grupo de samba feminino Moça Prosa e do cantor Diogo Nogueira.
Durante a organização do evento, a diretora de comunicação da CTB no estado, Ana Paula Brito, destacou a importância de o ato ocorrer fora da região central, levando atividades políticas e culturais para a zona norte.
“Vamos fazer uma grande festa popular, com a cara, presença e coragem do povo, para debater nossas pautas e também celebrar nossa cultura”, disse ela, em texto divulgado à imprensa pela prefeitura do Rio.
MINAS GERAIS
Em Belo Horizonte, após a concentração por volta das 9h na Praça da Assembleia Legislativa, as centrais saíram em marcha pelas ruas de BH. Com bandeiras, bonés e camisetas de organizações como CUT e MST, os trabalhadores protestaram contra o governador Romeu Zema.
Um dos embates que os trabalhadores enfrentam com o governador do Novo é a definição do valor do piso salarial dos professores. Deputados da oposição ao governo na Assembleia Legislativa têm criticado a dificuldade em fechar a questão em torno do assunto devido a intransigência da base de apoio a Zema, na Casa.
A caminhada também teve como objetivo protestar contra o projeto do Rodoanel, proposto pelo governador. A população critica a falta de diálogo em torno da proposta. As prefeituras de Contagem e Betim se opõem ao traçado da obra que prevê desapropriações e riscos para o abastecimento de água.
Também em Minas Gerais, os trabalhadores se reuniram para a 47ª Missa do Trabalhador, neste feriado de 1º de Maio, Dia de São José Operário, na Praça da Cemig, em Contagem, na região metropolitana.
“É um momento de alegria voltar para a praça, voltar para o povo. A missa do trabalhador e para São José Operário foi interrompida apenas na pandemia, em 2020. Retornamos à paróquia da Região de Nossa Senhora Aparecida em 2021 e 2022 e agora voltamos à praça para esse contato com os trabalhadores e fiéis da paróquia”, disse Dom Nivaldo dos Santos Ferreira, bispo auxiliar de BH e que atua na Região Episcopal de Nossa Senhora Aparecida.

A solenidade ecumênica, em agradecimento pelo trabalho ou em busca de um ofício que traga sustento, teve a consagração durante a eucaristia, das hóstias e também de carteiras de trabalho dos fiéis, pelo bispo.
“Agradecemos porque a família que temos, que o nosso trabalho nos abençoou a ter é a coisa mais importante. Tivemos três filhos e três netos, com a graça de São José Operário”, disse o casal de aposentados Maria Imaculada de Oliveira, de 67 anos, e o marido dela, Alcino Miguel de Oliveira, de 88 anos, moradores de Contagem.
PERNAMBUCO
Em Recife, praia, sol e disposição marcaram as comemorações. Na praia do Pina, a atividade política teve como objetivo reivindicar emprego, renda redução dos juros, valorização do salário mínimo e do serviço público e revogação do novo ensino médio.
Um trio elétrico foi montado no calçadão da praia que fica na zona sul, para as apresentações de vários artistas, que cantaram e tocaram muito forró, frevo e brega durante toda a manhã ensolarada.
Ao discursar, o presidente da CUT Pernambuco, Paulo Rocha, destacou a importância do ato político-cultural unificado e defendeu o fim do trabalho escravo. “Pelo fim do trabalho análogo à escravidão e para lembrar dos trabalhadores e trabalhadoras que lutaram e morreram para conquistar os direitos que temos hoje e que a luta não parar” enfatizou.

RIO GRANDE DO SUL
Na capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, CUT, CTB, Força Sindical e demais centrais se mobilizaram na Praça Júlio Mesquita, no Centro Histórico. No local, aconteceram shows e apresentações culturais, além dos discursos das lideranças sindicais.
Milhares de trabalhadores ocuparam as ruas de Caxias do Sul e Porto Alegre no 1º de Maio Unificado, em defesa do emprego e contra os juros altos.
Em outras regiões do estado também houve concentração, como em Santa Maria, Passo Fundo, Três Passos, Caxias do Sul, além de Pelotas e Rio Grande, onde as centrais organizaram uma programação.
DISTRITO FEDERAL
No Distrito Federal, aconteceram dois atos. Um no Eixão Norte (Plano Piloto) onde várias centrais sindicais, entre as quais a CTB, Nova Central, Pública e Conlutas, partidos progressistas e movimentos sociais promoveram um ato alusivo à data histórica, ocasião em que denunciaram a política de juros altos do Banco Central e defenderam uma política de valorização do salário-mínimo e de investimentos públicos no País. Grupos culturais se apresentaram no local.

O outro ato, promovido pela CUT, teve lugar na Feira Central de Ceilândia, região administrativa mais populosa do DF. A escolha de Ceilândia como local para celebração se deu porque, além de concentrar milhares de trabalhadores, a cidade desempenhou papel fundamental na construção de Brasília. Ao longo dos anos, Ceilândia se consolidou como um dos principais polos dos movimentos sociais, da cultura, das artes e da resistência do DF.
Em Fortaleza, no bairro do Pirambu, na avenida Leste Oeste (na orla, manifestantes carregaram cartazes em defesa da valorização do salário mínimo e contra a Taxa do Lixo na cidade. Os trabalhadores defenderam a revogação da cobrança sobre resíduos sólidos, cuja primeira parcela e a cota única venceram na última sexta-feira, 28 de abril.
Já os sindicalistas comemoraram o anúncio feito na véspera pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de que enviará ao Congresso Nacional, nos próximos dias, projeto de lei para tornar obrigatório o reajuste do salário mínimo acima da inflação.