
A crise econômica colocou 37,3 milhões de brasileiros no trabalho informal, o mesmo que 40,8% da população ocupada. Segundo sondagem do IBGE, Síntese dos Indicadores Sociais 2018, divulgada nesta quarta-feira (5), o numero de trabalhadores sem carteira assinada atingiu no ano passado 1,7 milhão de pessoas a mais do que em 2016, quando o indicador apontava que 35,6 milhões de trabalhadores estavam nesta situação.
O mercado de trabalho informal no Brasil é como o próprio documento divulgado hoje pelo IBGE caracterizou, “um importante marcador de desigualdades”. Pois ele revela que existe um grande contingente de trabalhadores em nosso país que está sem acesso aos mecanismos de proteção social vinculados à carteira de trabalho e aos direitos básicos: como a remuneração pelo salário mínimo e aposentadoria.
De acordo com o levantamento que classifica “um conjunto de informações sobre a realidade social do país” – com base nas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, de 2012 a 2017 -, o Brasil encerrou 2017 com 54,2 milhões de trabalhadores formais – um decréscimo, ante 2016, que terminou com 55, 6 milhões de pessoas, que trabalhavam com carteira assinada no setor privada, por conta própria, como empregado doméstico e como empregador contribuinte da Previdência Social.
Os dados do IBGE demonstram também que a taxa de desocupação no Brasil, que era de 6,9%, subiu para 12,5% entre 2014 e 2017, o que significa 6,2 milhões de pessoas desempregadas a mais no período.
Para o IBGE, considerando os três grandes grupos de atividade econômica nos últimos quatro anos, “nota-se que, proporcionalmente, o pessoal ocupado reduziu-se continuamente na Agropecuária, até chegar a 9,5% do pessoal ocupado total. No grande grupo da Indústria, que inclui a atividade de Construção, a redução ocorreu no triênio final (20,7% da população ocupada total) e no grupo de Serviços, que compreende as demais atividades, o crescimento foi contínuo, chegando próximo a 70,0% da população ocupada total, em 2017”, diz o documento.
Segundo o Instituto o crescimento do emprego no setor de serviço, em termos relativos e absolutos, está associado ao crescimento do trabalho informal e jornadas mais flexíveis.
Conforme os dados, a maior informalidade do mercado de trabalho está presente nas Regiões Norte e Nordeste, 59,5% e 56,2%, respectivamente. E que a população negra e parda representava 46,9% dos trabalhadores informais, enquanto a população branca, 33,7%. Na análise por sexo, o IBGE destacou que “a proporção de homens e mulheres em trabalhos formais e informais é semelhante”, embora varie de acordo com a categoria de ocupação.
Com a reforma Trabalhista de Michel Temer, que completou 1 ano no mês passado, a quantidade de empregados no setor privado sem carteira assinada cresceu 5,9% – 649 mil pessoas – no terceiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. E a fixação do presidente eleito, Jair Bolsonaro, em acabar de vez com as leis trabalhistas, com o objetivo impor um arrocho salarial aos trabalhadores brasileiros, para satisfazer os interesses do capital norte-americano e de outros paises, cujo desejo destes é espoliar ainda mais as riquezas do nosso país, só vai piorar a situação do trabalhador. Com isso, o quadro econômico tende a se agravar ainda mais, pois sem a melhora das condições de vida daqueles que trabalham e consomem o que é produzido pela indústria, a economia brasileira continuará no fundo poço.