Informalidade atinge 38,2 milhões de brasileiros e renda desaba 11,1%.
A taxa de desemprego no Brasil cedeu para 12,1%, no trimestre encerrado em outubro de 2021, empurrada, principalmente, pelo predomínio do trabalho informal, que avançou sobre 40,7% da população ocupada, atingindo 38,2 milhões de brasileiros. O trabalho por contra própria aumentou para 25,6 milhões de pessoas. Os dados são da pesquisa PNAD Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta terça-feira (28).
Com a ascensão das vagas de baixos salários e da disparada da inflação, a renda despencou. O rendimento real habitual caiu 4,6% e chegou a R$ 2.449 em outubro. O recuo foi de 11,1% em relação ao mesmo trimestre de 2020.
“Nenhum dos grupamentos de atividades teve crescimento no rendimento médio real habitual, frente ao trimestre anterior, mas houve três reduções: Indústria geral (-4,1%), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-2,8%) Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-7,1%)”, destacou o IBGE.
Na comparação anual, o Instituto também destacou que não houve crescimento no rendimento de qualquer grupamento, “mas seis deles mostraram reduções: Indústria (-16,1%), Construção (-7,4), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-10,0%), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (-9,3%), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-11,6%) e Serviços domésticos (-5,1%)”.
12,9 MILHÕES ESTÃO NO DESEMPREGO
Ao todo, o desemprego atinge 12,9 milhões de brasileiros. Segundo o IBGE, a taxa composta de subutilização da força de trabalho foi estimada em 25,7%. A soma de pessoas subutilizadas no Brasil chegou a 29,9 milhões de pessoas no trimestre.
O número de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas foi de 7,7 milhões de pessoas no trimestre móvel de agosto a outubro de 2021, alta de 17,7% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (6,5 milhões de pessoas).
Em outubro, o Brasil contava com 5,076 milhões de pessoas em situação de desalento, ou seja, que desistiram de procurar emprego.
Ao todo, no Brasil são mais de 38,2 milhões de trabalhadores informais. Isto significa que 40,7% da população ocupada está sobrevivendo de “bicos”, de atividades de trabalho precário e mal remuneradas.
De acordo com a pesquisa, o número de trabalhadores por conta própria chegou a 25,6 milhões de pessoas, alta de 2,6% na comparação mensal e 15,8% na comparação anual.
O trabalho doméstico também cresceu. São 5,5 milhões de pessoas nesta atividade, um aumento de 7,8% no trimestre e 22,3% no ano.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (sem inclusão dos trabalhadores domésticos) chegou a 33,9 milhões de pessoas, uma alta de 4,1% frente ao trimestre anterior e 8,1% na comparação com 2020. Apesar disto, o emprego com carteira no setor privado ainda está abaixo do que era antes da pandemia.
A PNAD Contínua também observou um crescimento no número de empregados sem carteira assinada no setor privado, 12,0 milhões de pessoas, alta de 9,5%, na comparação com o trimestre anterior e 19,8% em relação a igual trimestre de 2020.
A manutenção do desemprego elevado, a inflação acima dos dois dígitos, o rebaixamento da renda, e os juros altos – que travam investimentos e encarecem o crédito-, são produtos do governo Bolsonaro, que desde assumiu a Presidência da República nunca atuou em prol do desenvolvimento econômico, mas sim, pela desestabilização econômica, por meio de seus ataques à democracia brasileira e de seus pilares, e quando atua em prol dos interesses de sua família e “amigos”.