Em outubro, foram gastos com juros R$ 61,9 bilhões
O gasto do setor público (União, Estados/municípios e estatais ) somou R$ 61,9 bilhões em outubro de 2023, sendo R$ 20,3 bilhões a mais do que foi pago no mesmo mês do ano passado (R$ 41,6 bilhões).
Com este resultado, a transferência de renda de toda a população a bancos, via pagamento de juros, alcançou R$ 720,1 bilhões (6,80% do PIB) no acumulado de 12 meses até outubro, o que corresponde a 146 bilhões a mais do que o registrado no mesmo intervalo de meses de 2022 (R$ 573,2 bilhões).
Enquanto o Banco Central (BC) aumenta a transferência dos recursos públicos para o setor financeiro, por meio da elevada taxa de juros da economia (Selic), hoje em 12,25% ao ano, a economia brasileira desacelera por carência de investimentos e por baixo consumo.
No terceiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto brasileiro (a soma dos bens e serviços finais produzidos no país) apresentou uma ligeira variação de alta de 0,1%, em relação ao segundo trimestre deste ano (1%). No primeiro trimestre, o PIB havia crescido 1,4%, por consequência da safra recorde de soja.
Nos três meses encerrados em setembro ainda, os investimentos produtivos (em máquinas, equipamentos, fábricas, etc.) caíram 2,5% em relação ao trimestre anterior. Esse foi o quarto trimestre consecutivo de recuo nos investimentos, que são medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBC).
Assim, a taxa de investimento (relação entre a FBCF e o PIB) ficou em 16,6%, sendo um recuo de 1,7 ponto percentual em relação ao que foi registrado no mesmo período do ano passado (18,3%).
No ano, o PIB acumula uma alta de 3,2% ante ao mesmo período de 2022. Uma alta que, na prática, não representa que a economia brasileira está acelerando pelo desenvolvimento das suas forças produtivas, basta observar o resultado da indústria de transformação, por exemplo, que acumula uma queda de 1,6% no ano.