A pesquisa da inflação por faixa de renda coordenada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) observou crescimento generalizado da taxa de inflação em fevereiro. De acordo com estudo divulgado na terça-feira (16), o aumento de 7,1% nos preços dos combustíveis no mês passado foi sentido por famílias de todas as faixas, penalizando especialmente as mais pobres, que tiveram suas rendas achatadas durante a pandemia e ficaram sem ajuda emergencial.
A pressão inflacionária do segmento de transportes, dado o preço dos combustíveis, teve impacto para os mais pobres através do aumento de 0,33% do ônibus urbano e de 0,56% do trem. Mas o maior peso veio do aumento dos aluguéis (+0,66%), taxas de água e esgoto (+1%) e do botijão de gás (+3%). Esses produtos e serviços compõem o grupo de habitação. Apesar de ter desacelerado, o aumento dos preços dos alimentos também continuaram sendo vilões para as famílias das faixas de renda mais baixas: variação média de 0,27% pela inflação oficial.
Na comparação com fevereiro do ano passado, o custo de vida das famílias brasileiras ficou inegavelmente mais alto, enquanto as rendas diminuíram. As três faixas de renda mais baixas foram as que registraram as maiores altas inflacionárias, com taxas de variação avançando de 0,15%, 0,12% e 0,16%, em fevereiro de 2020, para 0,67%, 0,80% e 0,89%, em 2021, respectivamente.
Já para os três segmentos de renda mais alta, suas taxas variaram de 0,25%, 0,35% e 0,42%, em fevereiro de 2020, para 0,98%, 0,97% e 0,98%, em 2021, respectivamente
No acumulado dos últimos doze meses, a inflação também atingiu todas as faixas de renda. As famílias mais pobres mantiveram-se com taxas mais altas do que as famílias mais ricas. A taxa de inflação para as famílias que recebem menos de R$ 1.650,50 foi de 6,75%, enquanto para as famílias com renda maior que R$ 16.509,66 a taxa foi de 3,43%