Desde que a administração do Parque Ibirapuera foi entregue à Urbia Parques em 2019, diversas controvérsias surgiram, como aumento abusivo dos preços cobrados dentro do parque e estacionamento e a restrição dos espaços utilizados.
Agora, a concessionária anuncia uma cobrança para assessorias esportivas que utilizam o parque para atividades com fins comerciais. A taxa, prevista no Plano Diretor e no Contrato de Concessão, começa em novembro e inclui planos semestrais e anuais.
Para a Associação dos Treinadores de Corrida de São Paulo (ATC-SP), a cobrança representa uma forma de limitar o acesso e gerar mais barreiras para o uso de um espaço público, que deveria permanecer democrático e aberto para atividades populares como o esporte.
A associação lamenta a falta de diálogo e as propostas ignoradas pela Urbia, destacando que os valores arrecadados dificilmente trarão retornos efetivos para os treinadores, frequentadores ou para a prática esportiva em si.
Em resposta, a Urbia afirma que a cobrança visa cobrir custos de manutenção e organizar o uso do espaço, mas não esclarece como esses recursos beneficiarão os treinadores ou as assessorias. Além disso, há uma exigência de que os profissionais sejam credenciados pelo Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) e pelo Conselho Regional de Educação Física (CREF), o que restringe ainda mais a participação de profissionais no local.
A ATC-SP, por sua vez, argumenta que a decisão de privatizar a gestão do parque prioriza interesses comerciais em detrimento do acesso igualitário e gratuito ao espaço público. Em notificação formal, a associação questiona a legalidade da cobrança e reivindica a necessidade de taxas mais transparentes e reguladas, que promovam benefícios concretos para os frequentadores e mantenham a essência de acesso aberto ao parque.