Quase 8 milhões de pessoas visualizaram post de revista sobre o assunto desde novembro de 2023
A entrada de centenas de militares dos Estados Unidos com armamentos e acessórios para treinamento conduzido pelo Exército brasileiro na Amazônia indignou milhões nas redes sociais.
A Operação CORE (Combined Operation and Rotation Exercise) de 2023 ocorreu em Belém, assim como outras cidades do Pará, e Macapá (AP) com a participação de 294 militares norte-americanos. A entrada deles foi autorizada em decreto presidencial, mas recebeu reações contrárias de brasileiros.
Uma publicação da Revista Sociedade Militar no X (antigo Twitter) sobre o caso teve quase 8 milhões de visualizações e mais de mil comentários – sendo ampla maioria contrários ao treinamento de militares estrangeiros na Amazônia.
“Cerca de 150 militares norte-americanos tiveram o primeiro contato com as peculiaridades dos rios da Amazônia durante a instrução de técnicas fluviais, ministrada por militares brasileiros, do 2º Batalhão de Infantaria de Selva”, contou a revista.
“Eles entraram nas águas turvas para aprender a técnica conhecida como ‘espinha de peixe’ que consiste em uma organização dentro da água, utilizando cordas como guia. Além disso, eles estavam carregando mochila e armamento, o que deixa a atividade ainda mais difícil”, continuou.
Uma internauta advertiu: “isso é tão errado”. Enquanto outro completou: “só falta dar a localização de nossos arsenais”.
“Depois não vão entender quando os Americanos virem com o papo de que ‘a Amazônia não é dos brasileiros, e sim do mundo’”, disse mais um entre os milhares que criticaram a operação.
O Exército trata, em tese, a Amazônia como local estratégico para o Brasil e alvo de cobiça estrangeira. O Plano Nacional de Defesa (PND) indica que a Amazônia deve ser tratada com prioridade, assim como as regiões “onde se concentram os poderes político e econômico”. A Amazônia é, conforme o documento, “uma área de interesse geoestratégico para o Brasil”.
Os majores do Exército Bruno de Moraes Silva e Renato de Sousa, do Curso de Altos Estudos Militares (CAEM) da Escola de Comando e Estado Maior do Exército, escreveram que “a floresta amazônica desperta grande cobiça internacional por tudo que representa e por tudo que está contido naquela região (reservas descobertas e reservas não descobertas)”.
“Diante disso, é imperioso que o Estado Brasileiro, com todas as expressões do poder nacional, envide esforços no sentido de resguardar a soberania brasileira na região”, continuam os militares no artigo publicado em setembro de 2023.