
Além disso, terá que se retratar publicamente de falas racistas, como dizer que o cabelo de uma pessoa negra era “criatório de baratas”
Jair Bolsonaro foi condenado a pagar R$ 1 milhão e se retratar publicamente de falas racistas, como chamar o cabelo de uma pessoa negra de “criatório de baratas”, feitas enquanto era presidente da República.
Todos os juízes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) votaram pela condenação.
Em maio de 2021, Jair Bolsonaro falou a um homem negro de cabelo crespo que estava “vendo uma barata” em seu cabelo.
Em outra ocasião, Bolsonaro voltou a fazer a ofensa e disse que o cabelo de um homem negro era “criatório de baratas” e que ele “não pode tomar ivermectina, vai matar todos os seus piolhos”. O homem usava o corte “black power”.
O então presidente, em uma transmissão ao vivo, também perguntou ao apoiador quantas vezes ele tomava banho por mês. As ofensas continuaram: “se criarem cotas para feios, você vai ser deputado federal”.
A gravação da transmissão ao vivo em que Jair Bolsonaro fez as falas racistas também deverá ser retirada das redes sociais, conforme decidiram os juízes.
O relator do caso, Rogério Favreto, afirmou que “a ofensa racial disfarçada de manifestação jocosa ou de simples brincadeira que relaciona o cabelo black power a insetos que causam repulsa e à sujeira atinge a honra e a dignidade de pessoas negras e potencializa o estigma de inferioridade dessa população”.
Bolsonaro também fez outras falas racistas que não estiveram no processo, como em 2017 e 2022, quando falou que um apoiador negro tinha “mais de sete arrobas”, referindo-se à medida para pesar gado.