O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas da Palestina, Wissam Zoghour, relata os detralhes dos últimos momentos de mais um jornalista assassinado por Israel em Gaza. Leia a matéria que denuncia a barbárie israelense contra a imprensa palestina:
WISSAM ZOGHBOUR
Em 14 de dezembro de 2024, o colega jornalista Mohammad Hamed Balousha, correspondente do Canal Al-Mashhad, faleceu após ser alvo de míssil atirado por um drone quadcopter israelense no norte da Cidade de Gaza.
O jornalista Muhammad Balousha estava ferido desde novembro de 2023. Ele era educado, persistente, um modelo e teimoso ao mesmo tempo. Ele preferiu ficar em sua casa no norte de Gaza e se recusou a se mudar para o sul da Faixa de Gaza, apesar da insistência de sua família devido à situação perigosa no terreno em sua área residencial. Isso levou sua família a se mudar com seus parentes para o sul.
O jornalista Muhammad Balousha foi ferido na perna enquanto estava dentro de sua casa no início da guerra terrestre em 2023. Ele se tratou com primeiros socorros até chegar ao Hospital Al-Shifa na Cidade de Gaza com a retirada do exército de ocupação de sua casa. Foi tratado e teve aparelhos instalados para sua perna machucada. Com o início da operação militar israelense no norte da Faixa de Gaza há 70 dias e o avanço das forças de ocupação por terra e ar, o jornalista Mohammed Balousha preferiu ficar em sua casa, apesar do meu conselho para ele ir para a Cidade de Gaza devido ao perigo do lugar, mas ele recusou.
O colega jornalista Mohammed Hamed Balousha foi martirizado no sábado, 14/12/2024, enquanto estava com seu vizinho, e prestes a ir ao hospital para verificar sua perna ferida, em sua cadeira de rodas. Um drone quadricóptero o alvejou na área de Shanti, ao norte do bairro de Sheikh Radwan, ao norte da Cidade de Gaza, juntando-se às fileiras dos mártires, especialmente colegas jornalistas.
Que Deus tenha misericórdia do jornalista mártir Mohammed Hamed Balousha e de todos os mártires da verdade.
*Tradução e divulgação do material acima por Amyra El Khalili
JORNALISTAS DA REDE AL JAZEERA SÃO OS MAIS RECENTES ASSASSINADOS POR ISRAEL
Menos de 24 horas após o assassinato de Balousha, relatado acima, foi a vez do profissional da Al Jazeera ser trucidado pelo exército genocida de Israel, na ânsia de ocultar a catastrófica dimensão de seus crimes.
O jornalista Hani Mahmoud, da rede Al Jazeera, informou, na manhá deste domingo (15), que seu colega, Mohammed Jabr al-Qrinawi, foi morto ao final de dia de sábado. Ele, sua mulher e filhos foram todos mortos quando um míssil das tropas de extermínio israelenses atingiu sua casa em Bureij, centro de Gaza.
Algumas horas, depois, no mesmo domingo foi a vez de perder a vida o jornalista Ahmad Al-Louh, também da Al Jazeera. Segundo vídeo abaixo, ele morreu quando o local onde se encontrava com mais quatro pessoas foi alvejado pelos genocidas.
Qrinawi, não foi o único, professional de imprensa da Al Jazeera a ser assassinado desde o início do morticínio que já dura mais de 430 dias. Já faleceram Ismail al-Ghoul, Rami al-Rifi, Samer Abudaqa e Hamza Dahdouh, todos da mesma rede.