Só nas últimas 24 horas foram quatro massacres, nos quais morreram 88 palestinos e ficaram feridos 189, segundo a agência palestina de notícias WAFA
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) denunciou os bombardeios comandados por Netanyahu – ao tempo em que avançavam os trâmites do acordo de cessar-fogo e mesmo depois dele finalizado e agora já firmado pelas partes – como tentativa de sabotar o acordo por parte dos “sedentos de sangue”.
Como amplamente noticiado, desde quarta-feira quando o acordo já estava sendo anunciado e celebrado nas ruas de Gaza e de Israel, Netanyahu e a corja fascista que governa Israel tentaram obstaculizar, citando divregências secundárias de última hora.
Desde quando se soubre que o genocida Netanyahu tentava jogar fora todo o esforço de acordo de cessar-fogo exigido por milhões pelas ruas do Planeta, milhares de israelenses tomaram as ruas demandando o aceite por parte de Netanyahu e seu governo. Da quinta para sexta israelenses cercaram o QG das forças israelenses para exigir a assinatura final do primeiro-ministro e dos gabinetes ministeriais de segurança e de governo.
SANGUINOLÊNCIA ATÉ O ÚLTIMO MINUTO
Tanto assim, que segue o banho de sangue até este momento e reunião governamental israelense, como último passo para selar o acordo previsto para entrar em voga no domingo, ainda não se realizou e está prevista agora para este sábado.
É, como esclarecem os palestinos, na recente declaração do Hamas: “A continuação dos massacres horríveis do inimigo em Gaza e sua intensificação deliberada de ataques após o acordo de cessar-fogo confirmam sua natureza terrorista e sede por derramamento de sangue.
“À luz dos massacres horríveis que o inimigo criminoso continua a cometer em toda a Faixa de Gaza, aumentando-os deliberadamente após o anúncio do cessar-fogo, resultando no martírio de mais de cem pessoas, incluindo famílias inteiras, por meio do bombardeio de casas, tendas e reuniões de civis, a ocupação reafirma sua abordagem terrorista e fascista e sua sede de perpetuar o derramamento de sangue. Esses massacres são adicionados à longa série de atrocidades contra nosso povo.
A ocupação criminosa comete deliberadamente esses massacres em um esforço para minar o acordo de cessar-fogo, colocando a responsabilidade sobre os mediadores para pressionar o criminoso de guerra Netanyahu e seu governo fascista extremista a parar essas atrocidades.
“Apelamos à comunidade internacional, às Nações Unidas e a todas as partes relevantes para tomarem medidas urgentes e imediatas para deter esse terrorismo sionista.
“Instamos as organizações internacionais de direitos humanos a documentar esses massacres sem precedentes na história contemporânea, abrindo caminho para responsabilizar essa entidade criminosa e seus líderes terroristas em tribunais internacionais.
“Apelamos aos povos livres ao redor do mundo para continuarem suas atividades em apoio ao nosso povo, condenando esses massacres e o terrorismo sionista, e pressionar a ocupação por todos os meios para acabar com sua agressão contra nosso povo em Gaza, Jerusalém e Cisjordânia.
Assina o Movimento de Resistência Islâmica – Hamas Sexta-feira, 17 de janeiro de 2024
MINISTROs FANÁTICOS EXIGEM CONTINUAÇÃO DO GENOCÍDIO
Aliás, dois dos ministros israelenses, os fanáticos que encabeçam as ações de roubo de terras e vandalismo contra palestinos na Cisjordânia, Gvir e Smotrich, já votaram contra o acordo na reunião do Gabinete de Segurança e ameaçam usar suas bancadas para derrubar o governo, assim que o acordo entrar em vigência, demostrativo claro da sede de sangue e ânsia de extermínio, denunciadas pelo Hamas, com as quais intergram o atual governo de apartheid e genocídio.
Gvir chegou a confessar que atuou para atrasar o acordo o quanto pôde, segundo ele evitando sua realização por um ano. Isso mostra a mentira de Netanyahu que tenta, nos últimos meses, jogar a responsabilidade, pela não realização do cessar-fogo até agora, nas costas do Hamas.
É claro que Gvir está tentando capitalizar, junto aos eleitores israelenses da corrente fascista, a não assinatura do acordo e o massacre de perto de 50 mil palestinos, além do ferimento de mais de 100 mil e sofrimento coletivo de 2 milhões. No entanto, o óbvio é que o massacre não teria persistido sem a palavra de comando do primeiro-ministro Netanyahu e dos comandantes militares atolados no sangue do povo palestino.
NETANYAHU AMEAÇA ROMPER CESSAR-FOGO MESMO ANTES DE SEU INÍCIO
Para deixar mais claro até aonde Netanyahu é capaz de ir, o Washington Post corrobora esta avaliação sobre o gernocida-mor. “O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez secretamente a promessa ao governo que ele continuará a guerra na Faixa de Gaza depois de finalizar a primeira etapa do acordo de resgate de reféns, afirma o jornal The Washington Post, citando fontes anônimas”.
O jornal relata que “a portas fechadas” Netanyahu prometeu a seus aliados de extrema direita que a guerra recomeçaria depois da primeira etapa do acordo. Conforme o acordo, o movimento palestino Hamas deve libertar 33 reféns em troca de mais de 1.000 prisioneiros palestinos.
“De acordo com o tratado, a segunda fase de cessar-fogo será negociada durante a etapa inicial e exigiria a retirada das forças israelenses de Gaza. Se o cessar-fogo falhar após isso, cerca de metade dos reféns do Hamas, muitos deles soldados israelenses, permaneceria em cativeiro”, ressalta o The Washington Post.