Com a morte de Ahlam al-Nafe, já chega a 205 o número de jornalistas assassinados para encobrir os crimes de guerra das forças israelenses na Faixa de Gaza
Ahlam al-Nafe, que recentemente fez reportagens sobre os crimes contra o sistema de saúde da região desde o Hospital Indonésio sitiado no norte de Gaza para o portal Drop Site News e outros meios de comunicação, foi assassinada em um ataque das forças genocidas israelenses nesta quarta-feira (15), elevando o número de profissionais da comunicação mortos para 205 desde o início da invasão, em outubro de 2023.
Al-Nafe foi morta enquanto caminhava para o Hospital al-Shifa, o maior complexo médico e hospital central da Faixa, localizado no bairro de Rimal, no norte da Cidade de Gaza.
Nos últimos 100 dias, ela registrou o genocídio no norte de Gaza, capturando evidências de crimes de guerra israelenses no Hospital Indonésio sitiado.
“Por meio de suas palavras e imagens, ela garantiu que atrocidades que poderiam ter sido silenciadas fossem trazidas à tona, permitindo que o mundo testemunhasse a realidade brutal que se desenrolava ali”, escreveu o Drop Site News em um comunicado divulgado na terça-feira em sua conta X, enfatizando que o trabalho de Ahlam em documentar os ataques ao hospital foi insubstituível.
O jornal apontou que os profissionais que trabalham nos territórios palestinos enfrentam enormes riscos ao cobrir a guerra genocida, principalmente durante os ataques terrestres e aéreos israelenses, além de desafios como comunicações interrompidas, escassez de suprimentos e quedas de energia.
Por sua vez, o Hospital Indonésio afirmou: “Ahlam documentou corajosamente o genocídio no norte de Gaza, residindo no centro médico durante o cerco, recolhendo provas de crimes de guerra e testemunhando para contar a história com suas fotografias e suas palavras”.
JORNALISTA DA AGÊNCIA SAFA TAMBÉM FOI ASSASSINADO
Mohamed al-Talmas, jornalista da agência de notícias palestina Safa, faleceu na terça-feira de manhã, depois de ter sido gravemente ferido na segunda-feira (13) durante um bombardeio israelense na Cidade de Gaza, sendo então 204 o número de jornalistas e profissionais de mídia mortos por ataques israelenses.
O ataque ocorreu no bairro de Al-Daraj, onde outro atentado contra a escola Salah al-Din também matou pelo menos cinco pessoas. A escola serve como abrigo para civis deslocados.
A agência de notícias Safa condenou veementemente os contínuos ataques deliberados de Israel contra jornalistas palestinos, afirmando que o crime era parte do genocídio em andamento na Faixa de Gaza. A agência exigiu o julgamento internacional de líderes políticos e comandantes militares israelenses implicados em um dos maiores massacres de jornalistas do mundo em Gaza.
De forma geral, as forças de ocupação israelenses cometeram seis massacres contra famílias na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas, resultando na morte de pelo menos 62 palestinos e ferimentos em outros 253, de acordo com relatórios médicos.
Autoridades de saúde locais confirmaram que o número de mortos palestinos no ataque israelense desde 7 de outubro de 2023 aumentou para 46.707 fatalidades relatadas, com mais 110.265 indivíduos sofrendo ferimentos. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.
De acordo com as mesmas fontes, os serviços de emergência ainda não conseguem chegar a muitas vítimas e corpos presos sob os escombros ou espalhados nas estradas do enclave devastado pela guerra, já que as forças de ocupação israelenses continuam a obstruir o movimento de ambulâncias e equipes de defesa civil.