Soldados israelenses feriram ao menos 130 palestinos – dezenas menores de idade – na Faixa de Gaza, metade deles atingidos por munição real, em mais uma sexta-feira de protestos pelo direito ao retorno à terra em que foram expulsos em 1948 e contra a ocupação ilegal do seu território.
Conforme o Ministério de Saúde de Gaza, 52 palestinos foram alvejados por balas disparadas pelos sionistas e dezenas ficaram gravemente intoxicados pela inalação de gás lacrimogêneo lançado em enorme quantidade. “Entre os feridos de hoje em Gaza se encontram quatro médicos e jornalistas, um deles em estado crítico”, informou Ashraf al-Qudra, porta-voz do Ministério.
Pelo direito de regresso dos refugiados palestinos, a Grande Marcha do Retorno está sendo realizada desde o dia 30 de março, todas as sextas-feiras, congregando dezenas de milhares de pessoas na linha divisória entre Gaza e Israel. Desde o início dos protestos, em 30 de março, mais de 200 palestinos foram assassinados e mais de 22 mil ficaram feridos.
A aviação israelense confirmou ter bombardeado a vários jovens palestinos que lançavam pedras e coquetéis molotov contra soldados sionistas desde a zona limítrofe.
O festival de atrocidades fez com que a Anistia Internacional (AI) voltasse a expressar “sérios temores” de mais derramamento de sangue em Gaza e a pedir que o governo israelense pare de usar munição real contra os manifestantes palestinos. Além de aviões, a agressão israelense está amparada em tanques militares modelo Merkava.
“Diante do horroroso histórico das forças israelense no uso da força contra os manifestantes palestinos em Gaza, assim como contra jornalistas, médicos e outros, o anúncio (de Israel) de uma política de ‘tolerância zero’ é profundamente alarmante”, sublinhou Saleh Higazi, diretor-adjunto de AI para o Oriente Médio e Noroeste da África.
Em meio à tensão que a matança de palestinos de Gaza já ocasionou, a Jordânia informou ao governo de Netanyahu que não vai estender a concessão de terras a Israel. As terras foram negociadas quando houve o tratado de paz entre Israel e Jordânia. Os 25 anos de concessão venceram.
A decisão de não renovar veio após um manifesto de 70 parlamentares jordanianos pedindo que o governo não renove a concessão como protesto contra a agressão aos palestinos.