
Trump ameaça incluir o Canadá no tarifaço depois da declaração do primeiro-ministro canadense, Mark Carney, informar da intenção do país de se unir à França e mais uma dezena de outros para declarar o reconhecimento do Estado da Palestina na Assembleia Geral da ONU, no mês de setembro.
EUA e Canadá estavam negociando um acordo comercial quando Trump declarou que vai impor aos produtos canadenses uma tarifa de 35% a partir deste 1º de agosto.
O Canadá é o segundo maior parceiro comercial dos EUA, depois do México, e o maior comprador de exportações americanas. O país comprou US$ 349,4 bilhões em produtos americanos no ano passado e exportou US$ 412,7 bilhões para os EUA, segundo dados do US Census Bureau.
O Canadá também é o maior fornecedor de aço e alumínio para os Estados Unidos e já enfrenta tarifas no quesito de metais e veículos.
Atualmente, 147 países – ou seja, 76% da ONU – reconhecem o Estado Palestino, entre eles o Brasil. Antes de França e Reino Unido, o movimento mais recente de reconhecimento havia sido feito por Espanha, Noruega e Irlanda, em 2024.
O Canadá tornou-se o mais recente país ocidental a anunciar que reconhecerá o Estado da Palestina, juntando-se aos 147 outros países que já reconhecem a condição de Estado Palestino.
“O Canadá pretende reconhecer o Estado da Palestina na octogésima sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro de 2025. O nível de sofrimento humano em Gaza é intolerável”, afirmou Carney.
Os planos do Canadá se somam a anúncios semelhantes da França e do Reino Unido de reconhecer formalmente a Palestina, enquanto a Nova Zelândia e a Austrália também foram signatárias de uma declaração que indica que poderão fazer o mesmo nos próximos meses.
A declaração, que foi publicada antes da conclusão de uma conferência de três dias da ONU destinada a reforçar a Solução de Dois Estados para o conflito israelense-palestino, assinala que os estados iriam “reiterar nosso compromisso inabalável com a visão da solução de dois Estados, onde dois Estados democráticos, Israel e Palestina, vivem lado a lado em paz dentro de fronteiras seguras e reconhecidas”.
CRESCE O NUMERO DE PAÍSES QUE ANUNCIAM RECONHECIMENTO
As declarações de Carney ocorrem em meio à crescente pressão sobre Israel para encerrar sua campanha militar em Gaza, iniciada em outubro de 2023. Mais de 60.200 pessoas morreram em Gaza no conflito que em curso, de acordo com o Ministério da Saúde liderado pelo Hamas em Gaza.
A decisão foi divulgada seis dias após a França anunciar que vai reconhecer, também em setembro, o Estado da Palestina nas Nações Unidas.
Já o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer anunciou na terça-feira (29) que o Reino Unido reconheceria o estado de emergência e o Estado da Palestina também em setembro , “a menos que o governo israelense tome medidas substanciais para acabar com a situação terrível em Gaza, concorde com um cessar-fogo e se comprometa com uma paz sustentável de longo prazo, reavivando a perspectiva de uma solução de dois Estados”.