Comeu e jogou o bagaço fora: EUA sobretaxa o aço e o alumínio brasileiro
Donald Trump anunciou que voltará com as sobretaxas sobre o aço e o alumínio vindos do Brasil e da Argentina. A alta do dólar, disse Trump, não é boa para os agricultores norte-americanos.
“O Brasil e a Argentina têm promovido uma forte desvalorização de suas moedas, o que não é bom para nossos agricultores. Então irei, imediatamente, retomar as tarifas sobre todo aço e alumínio embarcado para os EUA a partir desses países”, atacou Trump, através de seu Twitter.
A sobretaxa de Trump será de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, se repetida a ação de 2018.
A resposta de Jair Bolsonaro foi a mais subserviente possível. Disse não ver como “retaliação” Donald Trump sobretaxar o aço e o alumínio brasileiros.
“A economia deles não se compara com a nossa, dezenas de vezes maior que a nossa. E não vejo isso como uma retaliação”, respondeu Bolsonaro.
Jair disse que irá pedir para Trump que não “penalize” o Brasil com as sobretaxas e que tem “quase certeza que ele vai nos atender”. Segundo ele, há um “canal aberto” para conversas com Trump.
“A alegação dele é a questão das commodities. A nossa economia basicamente vem dos (sic) commodities. É o que nós temos e espero que tenha o entendimento dele que não nos penalize no tocante a isso”, declarou.
O chanceler Ernesto Araújo admitiu, no entanto, que Bolsonaro está de braços cruzados e não fez nada ainda.
“Por enquanto, não [Bolsonaro não ligou]. Por enquanto, estamos num nível técnico no sentido de entender as medidas. […] Sim [sem retaliar]. Vamos conversar, entender a medida. Como eu digo com toda a tranquilidade, não estamos, de forma nenhuma, apurados com isso. [O momento é de] avaliar o impacto, avaliar exatamente o tipo de medida que os Estados Unidos estão pensando”, disse Araújo, expondo a passividade do governo.