
Ordem executiva de Washington adiciona 25% às tarifas cobradas dos produtos da Índia “em resposta à compra contínua de petróleo russo”
A nova tarifa aduaneira começará a ser aplicada dentro de três semanas e se soma a outra de 25%, que deve entrar em vigor na próxima quinta-feira, dia 8, segundo o decreto.
Em resposta, a Índia condenou as medidas como “injustas e irracionais” e defendeu a estratégia energética do país, alegando que suas compras de petróleo russo são uma “necessidade imposta pelas condições do mercado global”.
“Reiteramos que essas ações são injustas, injustificadas e irracionais. A Índia tomará todas as medidas necessárias para proteger seus interesses nacionais”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Randhir Jaiswal, em um comunicado.
“Já deixamos clara nossa posição sobre essas questões, incluindo o fato de que nossas importações são baseadas em fatores de mercado e feitas com o objetivo geral de garantir a segurança energética de 1,4 bilhão de pessoas na Índia”, diz a mensagem, acrescentando que “é absolutamente lamentável que os EUA decidam impor tarifas adicionais à Índia por ações que vários outros países também estão tomando em seu próprio interesse nacional”.
Atualmente, entre 32% e 40% do petróleo consumido pela Índia é de origem russa, o que contribui para reduzir os custos de importação de energia e manter controlados os preços dos combustíveis. “Destacar a Índia é injustificado e irracional. Como qualquer grande economia, a Índia tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar seus interesses nacionais e sua segurança econômica”, afirmou em comunicado o Ministério das Relações Exteriores da Índia.
O presidente americano estende as ameaças a todos os países do Globo que comerciam com a Rússia. Trump advertiu que seu governo “determinará se qualquer outro país importa, direta ou indiretamente, petróleo da Federação Russa” e, dependendo disso, autoridades, como o Secretário de Estado, Marco Rubio, o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, a Secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, ou o Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, poderão sugerir a adoção de medidas complementares, incluindo a imposição de tarifas adicionais de 25% “ad valorem” sobre as importações desses países.