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Eduardo Bolsonaro esteve na Flórida depois da derrota do pai em reunião secreta para se aconselhar com Steve Bannon e Donald Trump. Ideia da conspiração é tentar repetir no Brasil o que fizeram no Capitólio em 2020
A trama golpista conduzida nos últimos dias por Jair Bolsonaro e seus filhos contra o resultado das eleições presidenciais brasileiras teve participação direta de Steve Bannon e Donald Trump. A notícia foi veiculada nesta quarta-feira (23) pelo jornal norte-americano The Washington Post.
Steve Bannon, que chegou a ser condenado a quatro meses de prisão pela Justiça dos EUA em outubro por sua participação na tentativa frustrada de golpe que resultou na morte de cinco pessoas, e por desacatar o Congresso Americano, já havia se encontrado outras vezes com Eduardo Bolsonaro. Os encontros secretos mostram que, mesmo derrotados e até presos, os golpistas não desistiram.
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Segundo o jornal, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) manteve reuniões secretas, depois da derrota no segundo turno das eleições, no resort de luxo em Mar-a-Lago, na Flórida. Nesses encontros clandestinos ele foi aconselhado pelo ex-presidente derrotado dos EUA, Donald Trump, para que o clã brasileiro não aceitasse o resultado das eleições presidenciais no Brasil.
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Steve Bannon, ex-estrategista de Trump e um dos articuladores da extrema-direita fascista americana, confirmou ao Washington Post que se encontrou com o filho de Bolsonaro no estado do Arizona, ocasião em que teria discutido as eleições e a força dos atos golpistas pró-Bolsonaro pelo país após o resultado das eleições, que deram a vitória ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para seu terceiro mandato.
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Eduardo Bolsonaro também teria se encontrado com um assessor direto de Trump, além de ter feito contatos telefônicos com aliados da extrema-direita. Ainda de acordo com o jornal, Bannon aconselhou o clã Bolsonaro a se posicionar contra os resultados das eleições, atitude que “provavelmente falhará, mas pode encorajar apoiadores”.
Provavelmente já seguindo esses conselhos, Bolsonaro obrigou o PL a enviar, na terça (22), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um relatório questionando a segurança das urnas de votação. Sem nenhuma prova de fraude, o partido pediu a anulação de 270 mil urnas. O presidente do TSE, Alexandre Moraes, não aprovou o pedido do PL para anular o segundo turno das eleições deste ano e condenou o partido de Jair Bolsonaro a pagar uma multa milionária.