
Pelo Twitter – sempre pelo Twitter – o presidente Donald Trump rechaçou os boatos de que passaria a maior parte do tempo na Casa Branca na ociosidade. Ou conforme vazamento divulgado pelo site Axios, “60% da vida profissional de Trump” é classificada como “tempo executivo”. O que descreve o tempo “não estruturado em agenda” para fazer telefonemas, ler jornais, assistir televisão e, claro, ficar no Twitter.
“Quando o termo tempo executivo é usado, geralmente estou trabalhando, não relaxando”, asseverou Trump no Twitter.
“Na verdade, eu provavelmente trabalho mais horas do que quase qualquer ex-presidente. O fato é que, quando assumi a presidência, nosso país estava uma bagunça”. Ele acrescentou que esse tempo livre deveria ser visto como “positivo, não negativo”.
O chefe de gabinete interino de Trump, Mick Mulvaney, também veio em seu socorro no programa “Meet the Press”, da NBC. “O tempo executivo está lá para permitir que o presidente se prepare para a próxima reunião, para discutir a reunião anterior”, tentou explicar.
“Os telefonemas começam às 6h30 da manhã e vão até as 11 da noite. Então, posso garantir-lhe que o cavalheiro está trabalhando mais do que está na agenda”, acrescentou Mulvaney. Se incluir o Twitter, é capaz de começar mais cedo.
Ele deve estar com a razão, afinal, Trump já rasgou pelo menos três tratados internacionais (Clima, Irã e INF), não para um minuto de pedir dinheiro para seu muro xenófobo, passou o Natal na Casa Branca só para chatear Nancy Pelosi e os 800 mil servidores que ficaram sem salário no fechamento e mandou seqüestrar a diretora da Huawei, aquela empresa chinesa que teve a petulância de suplantar a Apple. E Trump ainda arranjou tempo para tuitar milhares de vezes.
Parece que o vazamento do excesso de “tempo executivo” deixou Trump mais ocupado esta semana. Ainda segundo Mulvaney, Trump teria ordenado uma caçada ao indiscreto, e espera identificar o responsável “esta semana”. Só não chamou o FBI e a CIA para ajudarem, para não os desviar da importante tarefa lhes pedidas por Bob Mueller, de achar russos debaixo da cama.