O governo Trump decidiu processar na última terça-feira o estado da Califórnia, que se nega a colaborar com a campanha de perseguições e deportações em massa de imigrantes. Conforme o Departamento de Justiça, prefeitos, empresários e funcionários públicos só conseguem manter uma posição contrária à orientação policialesca por encontrarem amparo na legislação aprovada recentemente no estado, que é considerado “santuário” por não perseguir imigrantes.
“Estamos prontos para responder a esta nova investida do governo Trump”, enfatizou Kevin de León, presidente do Senado estadual e autor da iniciativa que converteu a Califórnia em protetor dos direitos dos imigrantes. “Não vamos colaborar com as autoridades federais em seu empenho para separar famílias de imigrantes honradas, que só vivem de seu trabalho e enriquecem nossas comunidades”, acrescentou.
O prefeito de Sacramento, capital do estado, Darrel Steinberg, destacou a relevância e a justiça da decisão, diante da necessidade da ameaça aos direitos humanos. “Nós não aprovamos estas leis para proteger a pessoas com antecedentes criminais, mas para proteger as nossas comunidades dos agentes da imigração”, frisou Steinberg.
O Departamento de Justiça, dirigido por Jeff Sessions, não aceita a nova legislação e visitou o estado nesta semana para pressionar as autoridades locais para que recuem e aceitem o retrocesso aplicado a nível nacional. De acordo com o governo Trump, estas leis representam a imposição de “políticas injustas, ilegais e inconstitucionais”, que “obstruem a lei federal de imigração e violam a cláusula da supremacia da Constituição”.
“Em um momento de turbulência política sem precedentes, Jeff Sessions vem à Califórnia para dividir e polarizar os Estados Unidos. Triste”, condenou o governador Jerry Brown.
Desde janeiro passado, o procurador geral da Califórnia, Xavier Becerra, vem advertindo os empregadores sobre as sanções e multas de até 10 mil dólares que serão aplicadas, caso as empresas descumprirem a nova Lei de Proteção ao Trabalhador Imigrante. A nova legislação proíbe expressamente os empresários de compartilharem informações sobre seus empregados com os agentes federais e exige que os trabalhadores sejam avisados todas as vezes que seus registros venham a ser inspecionados.
L.W.S.