TSE barra remuneração de canal bolsonarista que espalha fake news contra ex-presidente

Ministro Benedito Gonçalves, corregedor do TSE. Foto: Antonio Augusto - TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a desmonetização (não remuneração) do canal da produtora bolsonarista Brasil Paralelo no Youtube e a suspensão de impulsionamentos político-eleitorais durante a disputa do segundo turno.

O corregedor-geral do TSE, Benedito Gonçalves, estabeleceu uma multa de R$ 50 mil para cada dia de descumprimento da decisão. Carlos Bolsonaro deverá responder sobre a divulgação de fake news em seus perfis.

A produtora Brasil Paralelo, assim como o Foco do Brasil, Folha Política e Dr. News, é uma organização bolsonarista que trabalha com a disseminação de fake news e negacionismo.

O “documentário” intitulado “Quem mandou matar Jair Bolsonaro?”, cujo lançamento estava marcado para seis dias antes do segundo turno, só poderá ser exibido depois da eleição.

O ministro Benedito Gonçalves apontou que o Brasil Paralelo tem feito campanha para Bolsonaro ao divulgar notícias falsas “prejudiciais ao candidato Lula, com significativa repercussão e efeitos persistentes”.

A produtora tem um “comportamento simbiótico” com a campanha de Jair Bolsonaro. Ela e as outras empresas “movimentam vultuosos recursos financeiros, tanto arrecadados junto a assinantes e via monetização, quanto gastos em produção e impulsionamento de conteúdos”.

O Youtube e o Google deverão identificar 28 perfis que estão se utilizando do anonimato nas plataformas para divulgar fake news. As contas poderão ser excluídas.

INDÚSTRIA DE FAKE NEWS

O corregedor-geral do TSE, Benedito Gonçalves, atendeu a um pedido feito pelo partido de Lula, o PT, sobre a produção e a divulgação de fake news durante a campanha eleitoral.

Gonçalves falou que o pedido do PT carrega “farta prova documental” que aponta para o disparo de fake news e “numerosos exemplos de conteúdos ilícitos derrubados por ordem judicial, mas que seguiram disponibilizados em canais no Telegram”.

Segundo ele, “a partir do estudo do material apresentado, que confere densidade a fatos públicos e notórios relativos à atuação nas redes de Carlos Bolsonaro e diversos apoiadores do atual presidente, há indícios de uma atuação concertada para a difusão massificada e veloz de desinformação, que tem como principal alvo o candidato Luiz Inácio Lula da Silva”.

“Demonstrou-se que materiais já reputados ilícitos seguem armazenados em canais de Telegram para serem acessados por assinantes a qualquer tempo e novamente compartilhados, criando-se um ciclo de perpetuação de fake news”.

“Chega-se ao ponto de que milhões de pessoas que, ainda que de boa-fé, acreditam estar acessando uma diversidade de fontes de informação, se encontram absolutamente enredadas por notícias fabricadas, sempre prontas a disparar um sentimento de urgência contra riscos iminentes e irreversíveis”, continuou.

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