As Forças Armadas não fizeram “qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidade”, afirmou o TSE em nota
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou em nota, na segunda-feira (14), que respondeu aos questionamentos feitos pelas Forças Armadas sobre o funcionamento das urnas eletrônicas e afirmou que elas não fizeram “qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidade”.
As respostas às 80 perguntas foram enviadas em um documento de 69 páginas e mais três anexos, que somam mais de 700 páginas, segundo informou a Corte à Comissão de Transparência das Eleições (CTE).
A pedido das Forças Armadas, o documento está sob sigilo.
Em uma transmissão ao vivo, Jair Bolsonaro tentou transformar as perguntas enviadas pelas Forças Armadas em uma “prova” de que há dúvidas sobre a inviolabilidade das urnas eletrônicas.
Mentindo, disse que as Forças Armaddas tinham apontado “dezenas de vulnerabilidades”.
O TSE afirmou que as perguntas foram enviadas “sem qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidades”.
Quando da manifestação de Jair Bolsonaro, o Tribunal já tinha respondido que “as declarações que têm sido veiculadas não correspondem aos fatos, nem fazem qualquer sentido”.
Foram “apenas pedidos de informações, para compreender o funcionamento do sistema eletrônico de votação, sem qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidades”.
As respostas foram desenvolvidas pela Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE.
Em entrevista ao jornal O Globo, no sábado (12), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que, quando o assunto é urna eletrônica, Jair Bolsonaro “não precisa de fatos, a mentira já está pronta”. “Ele antecipou a estratégia dele, que é: não importa quais sejam as respostas, eu vou dizer que o sistema eleitoral eletrônico tem vulnerabilidades”, apontou Barroso.
Por sua vez, o ministro Luiz Edson Fachin, próximo presidente da Corte a partir do dia 22, terça-feira, está focado em evitar ruídos durante as eleições.
Ele pretende combater os atos que geram desinformação “promovidos sistematicamente para atingir a reputação do Tribunal”.
“Vamos realçar a integridade dos pleitos nacionais, a eficiência e o papel fundamental do trabalho levado a efeito pela justiça eleitoral no Estado de direito democrático. Atuaremos com transparência total, porquanto apesar do populismo autoritário a democracia vai triunfar em 2022”, afirmou Fachin.