O presidente Lula acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que Jair Bolsonaro apresente o relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) que foi engavetado por não indicar nenhum indício de fraude.
Bolsonaro encomendou o relatório esperando que pudesse usá-lo em sua cruzada contra as urnas eletrônicas e a democracia brasileira, mas nunca o apresentou.
Ao invés de seguir a palavra da CGU, das Forças Armadas, do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que atestaram a lisura das eleições presidenciais, Bolsonaro diz, sem apresentar provas, que as urnas foram fraudadas.
O relatório da CGU, que foi obtido pelo jornal O Globo, afirma que “não foram verificadas inconsistências no sistema eletrônico de votação”.
A campanha de Lula, no requerimento que fez ao TSE, pediu que Jair Bolsonaro seja obrigado a dizer se teve acesso ao relatório da CGU e a explicar o motivo de não tornar “público o referido relatório, tendo em vista a forte e assídua narrativa por ele empregada sobre suposta fraude nas urnas”.
O relator do caso é o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves.
Jair Bolsonaro acionou a CGU e pediu a produção do relatório somente depois que seu partido, o PL, divulgou outro documento encomendado a uma empresa privada que alegava, de forma mentirosa, que uma parte das urnas era inauditável e os votos nela depositados deveriam ser anulados.
O PL chegou a pedir a anulação das eleições presidenciais.
O TSE apontou litigância de má-fé por parte do partido, uma vez que não pedia a anulação das eleições estaduais e para o Congresso Nacional, que foram realizadas nas mesmas urnas.
A Controladoria-Geral da União (CGU) acompanhou o Teste de Integridade que pela primeira vez utilizou a biometria dos eleitores. “A despeito das observações e oportunidades de melhoria no processo, e levando-se em consideração as condições em que foram realizados os testes, não foram identificadas inconsistências ou inconformidades na contagem de votos decorrente da comparação entre os Boletins de Urna e o sistema paralelo de votação”, diz o relatório do órgão.
Os consecutivos ataques e mentiras lançados por Jair Bolsonaro contra as urnas eletrônicas e contra o TSE levaram, de maneira direta, aos atentados terroristas do dia 8 de janeiro.
Quando o Congresso Nacional foi invadido, bolsonaristas estenderam sobre ele uma faixa que pedia o código-fonte das urnas eletrônicas, o que era parte da narrativa mentirosa de Bolsonaro. O código-fonte é, em todas as eleições, aberto para análises e sugestões.