Ex-presidente da República é investigado pelos ataques contra sistema eleitoral durante reunião com embaixadores, em julho de 2022
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, marcou para dia 22 de junho o julgamento de Aije (Ação de Investigação Judicial Eleitoral), que pode tornar o ex-chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL) inelegível.
A Corte Eleitoral vai analisar ação apresentada pelo PDT, que questionou a conduta de Bolsonaro em reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho de 2022.
A sigla, que teve como candidato presidencial Ciro Gomes, argumenta que Bolsonaro usou a estrutura da Presidência da República para apresentar e divulgar informações falsas a representantes estrangeiros no Brasil.
Durante a reunião, o então presidente fez declarações sem provas que colocavam em dúvida a segurança do sistema eleitoral e das urnas eletrônicas.
RELATÓRIO PRONTO
Na última semana, o ministro Benedito Gonçalves liberou o relatório e pediu ao presidente do TSE que agendasse data para o julgamento.
O MPE (Ministério Público Eleitoral) defendeu a inelegibilidade do ex-presidente. O procurador Paulo Gonet afirma que houve abuso de poder, vez que Bolsonaro não poderia ter usado recursos do Estado para propagar informações falsas sobre as eleições.
Gonet é membro do MPF (Ministério Público Federal) desde 1987. É subprocurador-geral da República e o atual vice-procurador-geral eleitoral.
HERDEIRA POLÍTICA
O comando do PL (Partido Liberal), partido de Bolsonaro, já considera inevitável a decretação da inelegibilidade do ex-presidente e trabalha com outras possibilidades, inclusive da candidatura da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Michelle é filiada à sigla e trabalhou durante a campanha de reeleição principalmente com setores do público evangélico. No entanto, as recentes denúncias envolvendo as diversas tentativas de apoderamento das joias sauditas, de alguma forma, não pouparam Michele do escândalo. No PL, entretanto, seu nome ainda é cogitado para uma futura disputa presidencial.
O plano, entretanto, depende de outros fatores, entre os quais a aceitação por parte dos filhos de Bolsonaro e dele próprio, cuja personalidade é caracterizada por um forte personalismo e narcisismo.
M. V.