A cada hora que passa aumenta mais o número de vítimas do caos causado pelo terremoto e do tsunami que varreram a Indonésia, deixando mais de 2 mil mortos, 5 mil desaparecidos e 10 mil feridos. Conforme o chefe do Conselho Nacional de Gestão de Desastres, Willem Rampangilei, o número ainda não é oficial, que tem crescido à medida em que chegam novas informações dos representantes de aldeia.
Conforme organizações humanitárias, centenas de milhares de pessoas estão desabrigadas, muitas dormindo em tendas ou ao ar livre. Os hospitais estão transbordando e os suprimentos médicos são escassos.
Neste momento, disse Willem, a preocupação mais grave é a ameaça de epidemias, diante do grande número de corpos em adiantado grau de decomposição. Há zonas remotas das quais ainda não se conhece sequer a dimensão dos danos e os primeiros helicópteros apenas começam a chegar.
Segundo as autoridades, a maioria das pessoas morava em Petobo e Balaroa, as duas áreas mais afetadas de Palu (capital da província de Sulawesi) e áreas adjacentes. Em Petobo, onde havia mais de 2 000 pessoas antes do terremoto, o solo foi “liquefeito”, transformado numa mistura de água e lama que levou tudo pela frente. Os que não conseguiram escapar a tempo foram tragados por esta “terra macia”, que em alguns lugares ainda cede, tornando o resgate ainda mais arriscado.
“Francamente, não temos a capacidade de organizar e concentrar nossos esforços agora”, declarou Jumriani, chefe de serviços de saúde do departamento provincial, em uma tenda montada em frente ao escritório danificado pelo terremoto. “Os campos de evacuação estão espalhados por toda parte e nossos voluntários também”, disse ela. “Inicialmente, estávamos lidando principalmente com lesões. Agora nossas principais preocupações são diarreia, gripe, doenças de pele, principalmente por causa da falta de água limpa e exposição”, acrescentou.
Frente ao descalabro reinante, crescem os protestos contra o governo do presidente Joko Widodo, que coordenou a operação de socorro de forma descoordenada e totalmente inadequada. Prova disso, denunciam, é que Joko buscou inicialmente minimizar os efeitos catastróficos da tragédia, recusando-se até mesmo a declarar o fato como um “desastre nacional”. Mesmo com a multiplicação dos mortos, com a falta de água e de luz, sua administração não pediu ajuda internacional por três dias.