Ciro e Tebet concentraram as críticas na inflação e na carestia de vida. Bolsonaro tentou tirar o corpo fora de tudo e mentiu tanto que inventou até que apoiava as vacinas contra a covid-19
O avanço da fome no país, que atinge mais de 30 milhões de brasileiros, foi o tema que dominou a estreia da propaganda eleitoral gratuita dos candidatos à Presidência da República no rádio e na TV neste sábado (27).
No rádio, o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, citou o litro do leite mais caro que a gasolina. O candidato da federação Brasil da Esperança também abordou o problema no programa de TV. Lula afirmou que sente prazer em conversar sobre o futuro do país. Alegria que, segundo ele, só não é maior em razão das pessoas que estão passando fome.
“Meus amigos, minhas amigas. Peço a Deus que ilumine esta nação e nos ajude a reconstruir o Brasil. É um grande prazer encontrar vocês aqui para conversar sobre o futuro do país. A alegria só não é completa porque, neste momento, milhões não têm o que comer”, disse.
Lula também lembrou os seus dois mandatos anteriores, entre 2003 e 2010, afirmando que o Brasil pode ser “mais justo”.
O candidato a vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), também apareceu no programa. O ex-governador de São Paulo pontuou que mesmo que ambos não pensem igual, o “desejo de reconstruir o Brasil e melhorar a vida das pessoas” se sobrepõe.
Candidato à reeleição pelo PL, Jair Bolsonaro, por sua vez, ressaltou a criação do Auxílio Brasil de R$ 600, que tem validade somente até o final deste ano, e culpou os efeitos da pandemia de Covid-19 – que ele fez de tudo para negar sua gravidade – e a guerra na Ucrânia pelos problemas do desemprego, da miséria e da fome, causados pelo seu desgoverno.
Ele tentou enganar a população dizendo que garabtiu as vacinas para a covid quando o Brasil inteiro assistiu sua campanha raivosa contra as vacinas, as máscaras e outra medidas de proteção da população. Bolsonaro disse também que pegou o Brasil com sérios problemas morais, mas que aos poucos foi “arrumando” o país. O que ele arumou foi criar o Orçamento Secreto, o maior esquemde desvio de dinheiro público de toda a história do Brasil.
Também foram veiculadas propagandas dos candidatos Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União) e Felipe d’Ávila (Novo),
Ciro começou o seu horário eleitoral afirmando que “tem coisa errada para todo lado”. “Entrar em supermercado hoje em dia é levar susto atrás de susto com o preço das coisas”, assinalou.
Simone Tebet destacou a sua formação acadêmica e profissional e os cargos públicos que já ocupou. A senadora enfatizou, inclusive, a sua atuação na CPI da Covid, na qual afirma que lutou “pela vacina no braço dos brasileiros”.
A candidata do União Brasil, Soraya Thronicke, também destacou a crise econômica. A senadora disse que não admitia “chamar a fome de insegurança alimentar” bem como os mais pobres de “menos favorecidos”. “A gente tem que acabar de vez com a pobreza”, disse.
O tempo que cada candidato à presidência tem direito de propaganda para o 1º turno das eleições, no rádio e na televisão, foi definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na terça-feira (23). Por unanimidade, os ministros aprovaram a sugestão do presidente do TSE e relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.
Ao todo, serão dois blocos na TV e dois no rádio por dia, com duração de 25 minutos cada. Cada um dos blocos será dividido entre os cargos. Os presidenciáveis ficam com os primeiros 12 minutos e 30 segundos; os 12 minutos e 30 segundos finais ficam com os candidatos para deputado federal.
Na TV, os blocos são veiculados às 13 horas e às 20h30. No rádio, os blocos vão ao ar às 7 e às 12 horas.
Entre os presidenciáveis, Lula tem o maior tempo, com 3 minutos e 39 segundos por bloco, seguido de Jair Bolsonaro (PL), que terá 2 minutos e 38 segundos por bloco.
Na última sexta-feira (26), foram exibidas as primeiras propagandas eleitorais dos candidatos aos governos estaduais, ao Senado e às assembleias legislativas.
Além da propaganda eleitoral, os candidatos têm direito aos chamados spots: comerciais na TV de 30 ou 60 segundos que podem ser exibidos entre segunda e domingo, das 5 horas à meia noite, sem horários definidos.