O pastor Silas Malafaia teve suas postagens deletadas pelo Twitter, sete ao todo, por instigar as pessoas a desrespeitarem as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde para evitar a propagação do coronavírus (Covid-19).
Em uma das postagens, um vídeo intitulado “A farsa da quarentena no Brasil”, o próprio Malafaia parabeniza os comerciantes que colocam suas vidas e de suas famílias em risco por não seguirem as recomendações da OMS.
“Eu quero bater palma para essa gente pobre, trabalhadora, aguerrida, que está desmoralizando essa quarentena de araque de governadores e prefeitos. Todas as comunidades no Brasil estão abertas”, diz ele no vídeo.
O Twitter disse em nota que “anunciou recentemente em todo o mundo a expansão de suas regras para abranger conteúdos que forem eventualmente contra informações de saúde pública orientadas por fontes oficiais e possam colocar as pessoas em maior risco de transmitir COVID-19”.
Aliado de Bolsonaro, Malafaia vai na mesma linha negando a gravidade da pandemia que tem assolado o mundo. Sem apresentar provas, o pastor afirma que “não há uma pessoa internada em UTI por coronavírus no Rio de Janeiro”.
“Estão querendo enganar o povo brasileiro. Essa quarentena é uma piada desde que começou. Conheço o diretor do hospital Gaffrée, aqui no Rio. Um cara sensacional, um gestor incrível. Não tem uma pessoa internada em UTI por coronavírus. Não tem uma”, diz o pastor.
De acordo com os últimos registros do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais, o país já conta com 359 mortes por coronavírus e mais de 9 mil casos confirmados. No Rio de Janeiro, ao contrário do que afirma Malafaia, já são 47 mortos e 1.074 casos confirmados. Segundo o secretário de Saúde do RJ, o número de casos no estado pode ser 10 vezes maior do que os confirmados até agora devido à impossibilidade ainda presente de testar a todos.
“Se existisse essa catástrofe mesmo do coronavírus, centenas de milhares já deveriam ter morrido”, disse o pastor. Sexta-feira (3), o número de infectados no mundo atingiu a marca de 1 milhão de pessoas e mais de 51 mil mortes pelo coronavírus, segundo informações da Universidade John Hopkins.
O Twitter já havia apagado tuítes de Bolsonaro, Ricardo Salles (ministro do Meio Ambiente) e outros políticos por violarem as mesmas regras, ignorando os perigos da pandemia e espalhando desinformação.