A jornalista Eva Bartlett esteve no mercado bombardeado na cidade de Donetsk e descreve a atrocidade perpetrada por forças ucranianas contra cidadãos na região do Donbass
O bombardeio por parte das Forças Armadas da Ucrânia a um mercado na cidade de Donetsk, que matou cinco civis e deixou outros 23 feridos, foi um “ato terrorista”, afirmou a jornalista Eva Bartlett.
O mercado que fica no bairro de Tekstilschik, em Donetsk, foi atacado às 11h40 do dia 28 de abril, quinta-feira, com mísseis Grad das Forças Armadas da Ucrânia.
Foram atingidos os setores de venda de frutas, de roupas, de limpeza doméstica e de materiais de construção. A Ucrânia não mirou nenhum alvo militar.
A jornalista independente Eva Bartlett, que ficou conhecida por suas coberturas das guerras na Síria e na Palestina, onde também observou atos terroristas realizados pelas tropas apoiadas pelos Estados Unidos, foi ao local.
Lá, ela encontrou dois corpos que ainda não tinham sido removidos. Além disso, “vestígios” do sangue dos demais mortos pelo bombardeio “permaneciam no chão, as portas próximas estavam cheias de buracos de estilhaços e detritos do ataque estavam por toda parte”.
Com o bombardeio, quatro pessoas morreram imediatamente e uma morreu enquanto era transportada para o hospital.
“Se o mercado de Donetsk, atingido pela artilharia de foguetes na quinta-feira, estivesse em uma cidade controlada por Kiev, os nomes e rostos dos cinco civis mortos estariam em todos os principais sites de notícias”, disse Eva.
“Mas como foi outro ataque ucraniano a civis na República Popular de Donetsk, as mortes e 23 civis adicionais feridos quase certamente não serão relatados, como tem sido a norma”, criticou a jornalista.
Eva Bartlett conversou com um homem que trabalha no local, chamado Gennady Andreevich. O homem contou que os ucranianos “sabem que aqui tem mercado e que das 10h às 13h tem muita gente aqui”. Segundo ele, aquela é uma área completamente civil, sem nenhuma instalação militar.
O governo de Donetsk relatou que na quarta-feira (4), o Exército ucraniano voltou a atacar a cidade, que está sob o controle da República Popular de Donetsk, com bombardeios.
Sete civis foram feridos pelos bombardeios que aconteceram no distrito de Kirovsky, na região oeste da cidade de Donetsk, informou o governo local.
A guerra no Donbass, região que engloba Donetsk e Lugansk, começou em 2014, quando o presidente legitimamente eleito foi derrubado por um golpe que tentou aproximar a Ucrânia do Ocidente e afastá-la da Rússia.
No Donbass, próximo à fronteira com a Rússia, a população russófona, que é maioria, começou a ser perseguida e massacrada por grupos neonazistas apoiados pelo governo de Kiev.
Relatos dos moradores dessas regiões confirmam que as próprias Forças Armadas ucranianas e os grupos neonazistas, como o Batalhão Azov, atacavam as cidades no Donbass.
Um morador de Mariupol, em vídeo, falou que viu “como os ucranianos disparavam dos tanques contra nossas casas e atacavam as residências” antes mesmo que houvesse qualquer soldado de Donetsk ou da Rússia na cidade. O vídeo foi legendado e disponibilizado pela Sputnik.
Outros relatos podem ser vistos em: https://horadopovo.com.br/moradores-de-mariupol-relatam-inferno-sob-dominio-de-nazis-ucranianos/
Assista ao vídeo gravado por Eva Bartlett no mercado bombardeado em Donetsk:
“MERCENÁRIOS DE ISRAEL ESTÃO AO LADO DE NAZISTAS DO AZOV”, DENUNCIA ZAKHAROVA
O governo da Rússia informou que “na Ucrânia, os mercenários israelenses estão realmente lado a lado com os milicianos [do Batalhão] Azov”, lutando contra o Exército russo.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que viu pessoalmente provas de que os mercenários de Israel estão juntos dos nazistas.
Veja vídeo da Agência Sputnik com denúncias de morador sobre agressão das forças ucranianas em Mariupol:
