Estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade de São Paulo (USP) as maiores universidades públicas do país aprovaram, em assembleias gerais realizadas nesta quinta-feira (09), a participação na mobilização nacional contra os cortes de Bolsonaro na verba de custeio das Instituições Federais de Ensino e o cancelamento das bolsas científicas fornecidas pelo Ministério da Educação (MEC).
A assembleia estudantil na UFRJ contou com a participação de mais 1000 alunos. Eles rechaçaram o corte de verba de custeio, destinada ao pagamento de contas como as de água, luz, manutenção e limpeza, que atingirá 41% do orçamento da universidade.
Na quarta-feira, os docentes já haviam aprovado a convocação de um ato unitário na cidade do Rio de Janeiro. Os estudantes se somaram à manifestação do próximo dia 15, a partir das 14h, com atos na Praça XV e caminhada da Candelária à Central do Brasil, no centro da cidade.
O corte na UFRJ será de R$ 114 milhões da verba prevista para 2019. Segundo o reitor, Roberto Leher, a medida tem tamanha dimensão para a instituição que é como se “o fim do ano tivesse sido antecipado”.
Leher disse que as consequências para o funcionamento da instituição já podem aparecer nas próximas semanas. Ele explica que o contingenciamento global do orçamento foi de 30%, mas, considerando apenas a parte destinada ao custeio da UFRJ, ou seja, o que mantém a universidade aberta chega a 41%.
A universidade informou que o orçamento destinado ao custeio da universidade foi reduzido, em valores atualizados, de R$ 582 milhões em 2014 para R$ 361 milhões em 2019, valor que, com o corte de verbas, será ainda menor. Atualmente, a universidade trabalha com um déficit orçamentário de R$170 milhões.
“O orçamento já era insuficiente antes dos cortes, retirando mais de R$ 114 milhões é obvio que isso antecipa o fim do ano”, afirmou e o reitor.
Estudantes paulistas aprovam ato contra cortes e repúdio à perseguição às universidades
Os estudantes da Universidade de São Paulo (USP) definiram, nesta quinta-feira (9), decidiram por participar da Greve Geral da Educação, no dia 15 de maio, contra os cortes de Jair Bolsonaro e Abraham Weintraub nas universidades e institutos federais e bolsas de pesquisa. Cerca de 800 estudantes estiveram presentes.
Desde o anúncio de Bolsonaro de que iria tirar verbas dos cursos de sociologia e filosofia, os estudantes da USP vêm fazendo assembleias de cursos para discutir a resposta do movimento estudantil ao governo. Após os cortes de 30% nas verbas das universidades e institutos federais e o corte de todas as novas bolsas de pesquisa da Capes, órgão de fomento à pesquisa, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) Livre da USP convocou uma Assembleia Geral para que os cursos discutissem em conjunto.
O plenário aprovou por unanimidade a participação nas manifestações do dia 15.
A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Mariana Dias, esteve na assembleia e informou os estudantes da USP sobre as mobilizações realizadas por estudantes em diversas regiões do país, como as manifestações com mais de dez mil pessoas em Niterói (RJ) e Curitiba (PR).
Mariana também relembrou a perseguição dos bolsonaristas às universidades estaduais USP, Unicamp, Unesp e à Fatec. No mês passado, aliados de Bolsonaro e Dória na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovaram a criação de CPI para atacar a autonomia das instituições paulistas.
“O dia 15 de maio vai ser um dia de luta para todos os que defendem as universidades públicas e defendam a Educação. Estamos passando por coisas muito perversas e eu tenho certeza que a indignação e a revolta dos estudantes brasileiros pode dar uma lição à Bolsonaro”, disse.
“Acabar com as universidades e institutos federais, acabar com o nosso direito à aposentadoria, a partir da reforma da Previdência, é querer tornar o Brasil um país de miseráveis sem educação, sem emprego digno”, destacou a presidente da UNE.
Veja imagens de outros atos pelo país:
Protesto de estudantes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais. A UFU é a principal universidade do Triângulo Mineiro e absorve boa parte dos alunos das redes públicas e privadas da região. O corte foi de R$ 43 milhões.
Na quinta-feira, em Belo Horizonte, centenas de estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foram para a frente da reitoria em protesto contra o corte de verbas.
Nesse governo neoliberal de Bolsonaro e Paulo Guedes, vai prevalecer boa Estado mínimo e os cortes nas áreas sociais vão ser cada vez mais intensos, pois esse governo veio para atender aos interesses do grande capital, das transnacionais ligadas ao agronegócio, aoimperialismo estadunidense e ao sionismo israelense.
Espero que com o passar do tempo acabe o desfalque da FAAC por que ninguém merece mesmo um mundo assim.