
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, reagiu aos bombardeios americanos a bases de instalações nucleares iranianas, dizendo que “os eventos dessa manhã (22) foram ultrajantes e terão consequências duradouras”.
“Os Estados Unidos, membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, cometeram uma grave violação da Carta da ONU, do direito internacional e do ‘Tratado de Não Proliferação’ ao atacar as instalações nucleares civis do Irã,” postou na rede social X.
“Na semana passada, estávamos em negociações com os EUA quando Israel decidiu explodir essa diplomacia. Esta semana, mantivemos conversações com o E3/UE quando os EUA decidiram explodir essa diplomacia. Que conclusão você tiraria? Para a Grã-Bretanha e o Alto Representante da UE, é o Irã que deve ‘retornar’ à mesa. Mas como o Irã pode retornar a algo que nunca deixou, muito menos explodiu?” Aragchi postou.
“Todos os membros da ONU devem estar alarmados com esse comportamento extremamente perigoso, ilegal e criminoso. De acordo com a Carta da ONU e suas disposições que permitem uma resposta em legítima defesa, o Irã reserva todas as opções para defender sua soberania, seus interesses e seu povo”, disse Araghchi.
Em um discurso na Turquia, Araghchi deu sua resposta à demência de Trump e do regime genocida de Israel.
“A administração belicista e sem lei em Washington é a única e totalmente responsável pelas consequências perigosas e implicações de longo alcance de seu ato de agressão”, disse ainda Araghchi, ao falar na 51ª sessão do Conselho de Ministros das Relações Exteriores da Organização de Cooperação Islâmica, em Istambul.
“A agressão militar dos EUA contra a integridade territorial e a soberania nacional de um Estado membro da ONU – realizada em conluio com o regime genocida israelense – mais uma vez revelou a profundidade da depravação que governa a política externa americana e a extensão da hostilidade abrigada pelo establishment governante dos EUA contra o povo do Irã em busca da paz e amante da independência”.
Ele pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. Segundo ele o ataque foi uma clara violação da Resolução 2231.
“O silêncio diante de uma agressão tão flagrante mergulharia o mundo em um nível sem precedentes de perigo e caos,” avisou.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, também condenou o ataque americano e disse que os EUA são os principais instigadores da escalada da violência na região.
“Esta agressão mostrou que os Estados Unidos são o principal instigador das ações hostis do regime sionista contra a República Islâmica do Irã”, disse o presidente do Irã.
“Embora inicialmente tenham tentado negar seu papel, após a resposta decisiva e dissuasiva de nossas forças armadas e a clara incapacidade do regime sionista, eles foram inevitavelmente forçados a entrar em campo por conta própria”, acrescentou Masoud Pezeshkian.
Segue a íntegra da nota oficial o Ministério de Relações Exteriores do Irã comunicou a posição oficial do governo iraniano:
O mundo não deve esquecer que foram os Estados Unidos, durante um processo diplomático em andamento, que traíram a diplomacia ao apoiar as ações agressivas do regime israelense genocida e ilegal.
O Ministério das Relações Exteriores da República Islâmica do Irã, nos termos mais veementes possíveis, condena a selvagem agressão militar dos Estados Unidos contra as instalações nucleares pacíficas do Irã, uma violação flagrante e sem precedentes dos princípios mais fundamentais da Carta das Nações Unidas e das regras do direito internacional. A República Islâmica responsabiliza totalmente o governo belicista e ilegal dos EUA pelas consequências extremamente perigosas deste grave crime.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, anunciou na Turquia, que vai viajar para a Rússia para se encontrar com o presidente Vladimir Putin, ele disse ser importante que os laços entre os dois países sejam reforçados em meio a tensões elevadas.