O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, questionou as declarações do novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, que criticou a denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer. “A pergunta que não quer calar é: ele se inteirou disso ou ele está falando por ordem de alguém?”, disse Janot na segunda-feira (20).
Após tomar posse, Segovia afirmou que se a apuração sobre Temer estivesse “sob a égide” da PF, e não da PGR, a corporação pediria mais tempo para avaliar “se havia ou não corrupção”. Disse ainda que “uma única mala” “talvez” seja insuficiente para comprovar se os investigados cometeram crime de corrupção.
“O doutor Segovia precisa estudar um pouquinho direito processual penal”, aconselhou Janot, em entrevista para o jornal “Folha de S. Paulo”.
A mala em questão continha R$ 500 mil reais e foi entregue por Ricardo Saud, da JBS, para o assessor de Temer, Rodrigo Rocha Loures, o “deputado da mala”, como ficou conhecido. Loures foi filmado pela Polícia Federal com a mala e os R$ 500 mil, saindo correndo de uma pizzaria em São Paulo pelas ruas. Temer indicou Loures a Joesley Batista, dono da JBS, como seu homem de confiança.