No dia 1 de outubro, quinta-feira, o presidente da UMES Lucas Chen comandará uma live às 17h, sobre “A China no Mundo de Hoje e de Amanhã”.
Em seguida será apresentado o filme “O Oriente É Vermelho”, ópera revolucionária, dirigida por Wang Ping, em 1965, que narra os principais momentos da luta que desemboca na fundação da República Popular da China em 1 de outubro de 1949.
A Revolução Chinesa
Em 1911, sob a liderança do médico Sun Yat-sen, líder do Partido Nacionalista, também conhecido como Kuomintang, uma espécie de partido-frente, foi derrubada a dinastia Manchu (ou Dinastia Qing) e implantada a República na China.
Logo depois cairia o governo provisório liderado por Sun Yat-sen e a República passaria a viver um período de grandes turbulências e fragmentação nacional produzidas pelas camarilhas de “senhores da guerra”. Enquanto isso, permanecia o despojo das riquezas do país promovido pelas potências estrangeiras, particularmente a Inglaterra.
Fundado em 1921, o Partido Comunista da China estabeleceu com o Kuomintang, em 1924, uma Frente Unida que recebeu ajuda organizacional e militar da URSS no intuito de reunificar o governo chinês.
Mas, a partir de 1927, após a morte de Sun Yat-sen em 1925 e sua substituição por Chiang Kai-shek, o Kuomintang passou a reprimir os comunistas, culminando com o massacre de Xangai, no dia 12 de abril.
Deflagrou-se então uma guerra civil entre os dois partidos, que duraria até 1937, quando, premidos pelo enfrentamento ao inimigo comum, o imperialismo japonês, que havia começado a invadir a Manchúria a partir de 1931 e declarara guerra à China em 1937, o Kuomintang e o Partido Comunista estabeleceram uma trégua – e ao mesmo tempo uma aliança – que duraria até a expulsão dos japoneses em 1945.
Derrotadas as forças japonesas, Mao Tsé-tung e Chiang Kai-shek tentaram formar um governo conjunto na China, mas os intentos fracassaram diante da exigência do Kuomintang, apoiada pelo governo dos EUA, de que fossem desarmadas as forças do Partido Comunista.
Retomou-se assim, em 1946, a guerra civil na China, passando os Estados Unidos a apoiar o Kuomintang, levando este a perder cada vez mais sua feição nacionalista. Com maior enraizamento nas massas camponesas, que representavam a ampla maioria da população, os comunistas, que promoviam a reforma agrária nas áreas que iam libertando, ampliaram, de 1946 a 1949, seu domínio sobre o país, conquistando Pequim em janeiro de 1949 e levando Mao Tsé-tung a proclamar a República Popular da China em 1º de outubro do mesmo ano.
Pouco antes, em março de 1948, Mao apresentou o programa revolucionário nos seguintes termos: “O objetivo da revolução chinesa, na fase atual, não é abolir o capitalismo em geral, mas sim derrubar a dominação do imperialismo, do feudalismo e do capitalismo burocrático e fundar uma república de democracia nova das grandes massas populares, tendo o povo trabalhador como força principal. Por grandes massas populares entende-se todos os oprimidos, prejudicados ou agrilhoados pelo imperialismo, pelo feudalismo e pelo capitalismo burocrático, nomeadamente os operários, os camponeses, os soldados, os intelectuais, os homens de negó cios e o utros patriotas, como foi claramente indicado no ‘Manifesto do Exército Popular de Libertação da China’, publicado em Outubro de 1947. Neste Manifesto, o termo ‘intelectuais’ designa todos os intelectuais perseguidos e subjugados; ‘homens de negócios’, toda a burguesia nacional perseguida e agrilhoada, quer dizer, a média e a pequena burguesia; ‘outros patriotas’, principalmente os nobres esclarecidos.”
De lá para cá, a economia baseada nos princípios da independência nacional e da democracia, solidamente implantados pela Revolução, avançou para o socialismo, introduziu o planejamento estatal e sob a liderança do Partido Comunista da China conduziu o país a um notável progresso social e político.
É possível dizer que esta caminhada esteve longe de ser um mar de rosas. Mas como uma grande Revolução Anti-imperialista, num grande país, dirigida por um grande partido, num mundo ainda hegemonizado pelo imperialismo, através de suas correntes mais degeneradas e belicistas, poderia deixar de despertar interna e externamente grandes polêmicas e embates?
O fato é que a China está aí. E não há peneira que possa tapar esse sol. Quem quiser desconhecê-la ou se limitar a repetir sobre ela meia dúzia de frases feitas vai ficar para trás.
Cabe o registro de que em 1820 a economia chinesa representava 30% da economia mundial, mas, depois da ocupação e pilhagem por potências estrangeiras ao longo do século 19 e primeira metade do século 20, reduzira esse peso para 5% à época da Revolução de 1949. Em 2019, aos 70 anos da revolução, a economia chinesa já correspondia a 20% do PIB mundial pelos cálculos do FMI.
Condensado de “A questão nacional na Revolução Chinesa”, Nilson Araújo.
Publicado em 5 de outubro de 2019 no Jornal Hora do Povo
O Filme
O ORIENTE É VERMELHO
Wang Ping (1965), CHINA, 118 min.
Trata-se de uma ópera revolucionária, realizada por uma equipe de mais de 4 mil atores, músicos e técnicos. Toma como base uma canção guerrilheira – que de tão popular quase vira o hino da República – para contar a história da libertação, a partir da criação do Partido Comunista da China.
No musical são detalhados importantes momentos da Revolução como a Expedição do Norte (liderada pelo Exército nacional Revolucionário do Kuomintang em aliança aos comunistas chineses e apoio dos Soviéticos), o Massacre de Xangai de 1927, a Revolta de Nanchang e a formação do Exército de Libertação Popular, a Longa Marcha < /a>, a guerrilha do ELP na Segunda Frente Unida (durante a Guerra de Resistência à Agressão japonesa), o subsequente golpe de misericórdia dado contra o controle do Kuomintang sobre a China, e a fundação da República Popular da China em 1 de outubro de 1949.
Presentes na trilha musical as seguintes composições:
* Abertura: “O Oriente é Vermelho” (com dança)
* “Ventos Outonais do Norte”
* “Trabalhadores, Camponeses E Soldados, Uni-vos!”
* “Para o Exército Vermelho, sandálias de madeira de Hunan”
* “Três Princípios e Oito Avisos”
* “Olhando para a Estrela do Norte”
* “Cruzando o Rio Dadu”
* “Canção do do Povo Yi”
* “Os Exércitos Reuniram-se (Vida Longa ao Exército Vermelho)”
* “A Longa Marcha”
* “Através do Rio Songhua”
* “Marcha dos Voluntários” (1ª Performance)
* “Canção Militar Acadêmica da Resistência Contra o Japão”
* “Canção dos Guerrilheiros”
* “Nanniwan”
* “Defender o Rio Amarelo”
* “União é Força”
* “Hino do Exército de Libertação Popular”
* “O Exército de Libertação Popular capturou Nanjing” (poema de Mao)
- “Marcha dos Voluntários” (2ª Performance)
- “Hino Nacional da República Popular da China”, tocado ao início do ato 6, na cena na Praça da Paz Celestial
* “Sem o Partido Comunista, Não Haveria uma Nova China”
* “Música dos Servos Libertados do Tibete”
* Final: “Ode à Mãe Pátria”
* “A Internacional” (letra por Eugène Pottier, música por Pierre Degeyter, tradução chinesa por Qu Qiubai
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